A cavalgada histórica de Santos Dumont

O antigo caminho de Foz do Iguaçu a Guarapuava coleciona passagens importantes da nossa história desde antes a colonização da fronteira. Uma dessas viagens será revivida para resgatar um capítulo escrito há um século: a cavalgada da comitiva de Santos Dumont rumo a capital do Paraná colaborou para a criação, anos depois, do Parque Nacional do Iguaçu.

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H2FOZ – Alexandre Palmar

O antigo caminho de Foz do Iguaçu a Guarapuava coleciona passagens importantes da nossa história desde antes a colonização da fronteira. Uma dessas viagens será revivida para resgatar um capítulo escrito há um século: a cavalgada da comitiva de Santos Dumont rumo a capital do Paraná colaborou para a criação, anos depois, do Parque Nacional do Iguaçu.

Cerca de 50 cavaleiros percorrerão 110 km pela Estrada Velha de Guarapuava de sexta-feira a domingo. É uma forma de homenagear a viagem de Santos Dumont, feita em 1916, para pedir ao governador do Paraná, na época, Affonso Camargo, a desapropriação das terras e para tornar a área acessível a toda a humanidade.

A largada ocorreu na manhã desta sexta-feira, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, localizada na BR-469, próximo à entrada do Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu. Os participantes passarão por vários roteiros turísticos regionais de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha, São Miguel do Iguaçu, Matelândia e Céu Azul.


Residente no Aparecidinha, o cavalheiro Izaquel Rodrigues, de 21 anos, monta a cavalo desde os 11 anos de idade. A cavalgada é uma paixão impossível de largar. Ele relevou o preparo para reviver a aventura. As boas cavalgadas são as distantes. 50, 100, 150 quilômetros são as melhorzinhas. São três dias de estrada. Minha mulazinha vai embora, aguenta o repuxo”, afirmou o integrante do grupo Laço Comprido.

Morador de Céu Azul, Dario Antonio Stocco, 54 anos, monta desde os nove anos de idade. Com tantos anos de estrada, ele conhece toda a mataida da região”. Reviver a viagem de Santos Dumont, em sua opinião, é uma forma de resgatar a nossa história.  A região é muito linda”, disse o presidente da Cavalgada Campeira.

Homenagem – O início da jornada dos cavaleiros contou com a participação do chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Ivan Carlos Baptiston; do diretor Institucional e Sustentabilidade do Grupo Cataratas, Fernando Henrique de Souza; do representante da SOS Mata Atlântica, Mário Cesar Mantovani; entre outras autoridades.

Para Ivan Carlos Baptiston, a passagem de Santos Dumont pela região há exatos 100 anos foi marcante não só pela criação do Iguaçu, mas como a própria criação do sistema de parques nacionais no Brasil. Ele teve a visão de tornar a área privada das Cataratas do Iguaçu num área de interesse público. Foi a semente do Parque Nacional do Iguaçu. Dessa linda história, rendemos a nossa homenagem ”, contou.

Segundo Fernando Henrique de Souza, o apoio à cavalgada histórica integra as ações socioambientais do Grupo Cataratas. A proposta é valorizar o Parque Nacional do Iguaçu e o seu entorno. Esse resgate é extremamente importante para relembrar esse momento e a importância do Santos Dumont nesse marco de pensar a conservação e a criação de áreas protegidas para uso da população”, afirmou. Queremos levar essa mensagem de conservação ao longo do caminho”, completou.

 Já Mário Cesar Mantovani, a história de Santos Dumont deve ser valorizada sempre porque ele usou da sua notoriedade como Pai da Aviação para influenciar governantes a tornar a área das Cataratas do Iguaçu um bem público. Todos devem apropriar-se das unidades de conservação brasileiras. O ato de hoje é um simbolismo para dizer que o  parque deve ser de todos”, disse.


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A largada da cavalgada pela Estrada Velha de Guarapuava também foi marcada por uma homenagem à memória da Vila de Santo Alberto, uma antiga comunidade existente no Parque Nacional do Iguaçu. Eram colonos vindos em sua maioria do Rio Grande do Sul, que vieram em busca de uma vida melhor para suas famílias e se estabeleceram próximo às Cataratas do Iguaçu.

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