Dia da Consciência Negra: números revelam desigualdade em Foz do Iguaçu

Parcela significativa da população (35% do total) sofre com o preconceito, baixos ganhos e falta de representatividade na política.

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Cerca de 90 mil moradores de Foz do Iguaçu se declaram negros, conceito que é resultado da soma de mais de 80 mil pardos e oito mil pretos. Esses são os dados mais recentes do IBGE (censo de 2010). É uma parcela significativa da população (35% do total), que ainda sofre com o preconceito, baixos ganhos e falta de representatividade na política.

Às vésperas do Dia da Consciência Negra – celebrado no próximo sábado (20) – o que vemos é que, assim como no passado histórico, negros ainda costumam receber menos do que os brancos e são minoria em cargos de liderança ou chefias na cidade. Nas faixas mais baixas de rendimento, há um relativo equilíbrio (visto que brancos são maioria), mas conforme os ganhos se elevam a disparidade fica evidente. Na mais alta delas, 2.523 iguaçuenses declaravam receber mais de cinco salários mínimos (o equivalente a R$ 5.100 na época), e apenas 576 negros (18 pretos e 558 pardos) recebiam aquela mesma quantia por mês. Uma diferença de 438%.

Parte dessa explicação pode estar nos números relacionados aos empregadores em Foz. Dos 35% de negros, apenas 15% estão à frente de negócios na cidade.

Representatividade política: um passo de cada vez

Nas últimas eleições, antes do pleito até havia uma esperança no avanço da representatividade negra no município. O número de candidatos que se declararam pretos chegou a 9,5%, quase o dobro na comparação com 2016. Porém nenhum deles foi eleito, mostrando que ainda existe um longo caminho para que esse retrato seja mais fiel à real composição.

Além disso, houve uma evidente distorção em razão das candidaturas femininas, que muitos partidos passaram a promover apenas por obrigação de lei. Dos 15 vereadores eleitos, seis se declaram pardos.

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