Greve de servidores da Unila completa 40 dias, mas não interrompe atividades importantes

Categoria aderiu ao movimento nacional pela valorização dos trabalhadores da educação federal.

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Matéria Atualizada às 16h51

A greve dos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) completa 40 dias nesta sexta-feira (19). A categoria integra o movimento nacional pela valorização dos trabalhadores da educação federal, que inclui 51 universidades e 79 institutos federais, entre eles o Instituto Federal do Paraná (IFPR), que possui um de seus campi em Foz do Iguaçu.

A paralisação foi deflagrada após o governo federal anunciar que não iria reajustar o salário dos TAEs em 2024. Além da recomposição salarial, os servidores pedem a reestruturação do plano de carreira e a revogação de normas aprovadas em governos anteriores.

Na Unila, segundo boletim emitido pelo Comando de Greve (https://bit.ly/GreveUnila), atividades fundamentais para o funcionamento da instituição estão mantidas. Os servidores técnicos, ao aprovarem a adesão ao movimento de greve nacional, optaram por não parar atividades que pudessem afetar estudantes em situação de vulnerabilidade e funcionários terceirizados, assim como ações que pudessem gerar multas ou prejuízos irreparáveis à instituição. Por isso, os servidores continuam desempenhando funções como pagamento de bolsas; manutenção do transporte intercampi; pagamento de trabalhadores terceirizados; fiscalização de contratos, entre outras.

De acordo com a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais no Paraná (Sinditest) na Unila, Fernanda Pereira, essas ações estão sendo realizadas por iniciativa própria dos TAEs, não por obrigatoriedade legal. “Os servidores em greve decidiram continuar realizando alguns serviços específicos por conta de uma decisão coletiva e por entender o impacto negativo que uma paralisação total poderia causar”, disse. 

O Comando de Greve mantém um formulário eletrônico, no qual toda a comunidade acadêmica pode solicitar atividades específicas no período de greve. A análise de cada pedido é feita seguindo critérios técnicos e legais. E, quando necessário, as deliberações são realizadas em assembleia.

Em uma assembleia recente, os técnicos votaram por não atender a algumas solicitações da gestão da Unila, entre elas um pedido para que servidores em greve executem as matrículas do novo semestre letivo, que terá início em 14 de maio. “Essa decisão foi tomada escutando a opinião dos nossos colegas das secretarias acadêmicas, que expuseram que o processo de matrículas é longo e complexo, o que afetaria o seu direito à participação da greve. Também entendemos que a reitoria tem o direito e as ferramentas para executar as matrículas, se julgar ser algo importante neste momento”, explicou. A votação foi acompanhada por discentes que integram o Conselho de Entidades de Base. 

Expectativa de proposta para esta sexta (19)

A coordenadora sindical Fernanda Pereira lembra que a greve na Unila faz parte de um movimento nacional e o retorno ao trabalho se dará apenas quando finalizar a negociação com o governo federal, que deve apresentar uma proposta para a categoria nesta sexta-feira (19). 

O sindicato afirma que a categoria dos técnicos-administrativos em educação – formada por mais de 200 mil servidores – tem uma das piores remunerações do serviço federal, além de ser uma das carreiras mais defasadas em termos remuneratórios nas últimas duas décadas. O órgão alega que atualmente um técnico de nível médio em início de carreira ganha menos que dois salários mínimos.

A resposta da reitoria

O H2FOZ entrou em contato com a reitoria da Unila, que até as 11h desta sexta-feira (19) ainda não havia se manifestado sobre a situação. O espaço permanece aberto para eventuais atualizações.

Às 16h, a reitoria da Unila compartilhou a seguinte declaração a respeito sobre a situação:

“A grande maioria dos 548 servidores técnico-administrativos da UNILA está em greve. Com isso, as áreas finalísticas dos setores administrativos da Universidade, que atuam diretamente com atendimento ao corpo discente, estão com os trabalhos reduzidos ou totalmente suspensos. Além disso, atendimentos específicos de setores como as bibliotecas, estão suspensos. Já os docentes da UNILA, até o momento, deflagraram “estado de greve”, sem a paralisação das atividades. Essa situação significa, nas palavras da Seção Sindical do Andes na UNILA (Sesunila), “um alerta aos governantes que a qualquer momento as (os) trabalhadores irão deflagrar a greve caso as negociações não avancem”. Portanto, neste momento as aulas não estão paralisadas, estão seguindo o fluxo do calendário acadêmico, que em breve entrará em recesso”.

Em relação à grave, a instituição ainda declarou que “o movimento nacional de greve dos servidores da educação tem como reivindicações a recomposição salarial, reestruturação e aprimoramento da carreira. Pautas das quais a reitoria da UNILA declara seu apoio e considera fundamentais para o fortalecimento da universidade pública” e que “a reitoria compreende que o dano da não realização das matrículas é irreparável e não poderá ser sanado ao fim da greve. A não realização das matrículas implica, inclusive, na impossibilidade de pagamento de auxílios estudantis, o que compromete ingresso e permanência”.

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