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Fronteira

Cartas na mesa

Paraguaios se reúnem em Ciudad del Este para discutir plano de reabertura da Ponte da Amizade

A intenção é chegar a um consenso, em todas as esferas de governo, para depois discutir o plano com o lado brasileiro.

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Paraguaios se reúnem em Ciudad del Este para discutir plano de reabertura da Ponte da Amizade
Ao final, será preciso que haja consenso, para facilitar a negociação com o Brasil, o que deve ocorrer em outubro.(Foto: La Clave)

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A reunião na sede do governo de Alto Paraná, em Ciudad del Este, nesta sexta, 18, para discutir a reabertura da Ponte da Amizade, começou com uma briga dos taxistas com os organizadores. É que, embora convidados, foi pedido que saíssem porque havia muita gente.

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Participam do encontro o governador de Alto Paraná, Roberto González Vaesken, os prefeitos de Ciudad del Este, Minga Guazú, Hernandarias e Presidente Franco, dois vice-ministros, Julio Rolón, da Saúde, e Pedro Mancuello, do Comércio, além de funcionários do Ministério do Interior, das Migrações e do Conselho de Defesa Nacional.

Mas, incidentes à parte, já não há, por parte das autoridades de Saúde, restrições para que a ponte continua fechada.

Números em queda

O médico Hugo Kunzle, diretor da 10ª Região Sanitária, que abrange o departamento de Alto Paraná (do qual Ciudad del Este é a capital), disse ao jornal Última Hora que vai ser possível atender o que querem todos os moradores da fronteira.

“Estão dadas as condições, oxalá continuemos assim, passemos este mês de setembro com melhores números e que finalmente se concretize a reabertura da Ponte”, disse.

Segundo ele, o mapa epidemiológico mostra que, semanalmente, vem caindo de forma sustentável o número de casos e de pacientes que procuram os médicos, além da ocupação de leitos em enfermarias.

“Isto se repete há duas ou três semanas e é fruto do trabalho de toda a população, através da adoção das medidas sanitárias propostas pelo governo, como o distanciamento social, o uso de máscaras e a lavagem de mãos, que são as melhores formas para diminuir os casos”, afirmou Kunzle.

A ocupação de leitos comuns está por volta de 65%, enquanto os leitos de terapia intensiva continuam com alta ocupação, ao redor de 91% a 95%, disse, ainda. “A estadia de um paciente com covid-19 é muito alta, em torno de duas a três semanas, então o giro dos leitos é lento”, explicou.

Faltam os protocolos

O que agora está em discussão são as regras para reabertura da Ponte da Amizade, que deverá ser gradual, como pretendem o Ministério de Saúde Pública e o setor de Migrações do Paraguai.

O vice-ministro Pedro Mancuello disse na reunião que será analisada a viabilidade de permitir um ingresso determinado de veículos, tanto em Foz como em Ciudad del Este, dependendo da capacidade de controle por parte da Saúde e das forças públicas, conforme noticia o La Clave.

No começo da reunião, no entanto, a Câmara de Comércio e Serviços já se manifestou contrariamente à fixação de um limite para os brasileiros que querem ir a Ciudad del Este, segundo o jornal La Nación.

É provável que ao final do encontro se chegue a um consenso. Depois que os protocolos forem definidos pelos governos central, departamental e municipal, serão iniciadas as conversações com o Brasil, o que agora está previsto para o início de outubro.

Manifestação

“Desconvidados” a participar, os taxistas ficaram nervosos, mas, depois, houve acordo para que voltassem à sala de reuniões.

Os taxistas, inclusive, já estão preparando uma grande manifestação pela reabertura da ponte, no dia 22, terça-feira da semana que vem.

E não só os taxistas. A manifestação contará ainda com mototaxistas, sindicatos de transporte escolar e de transporte alternativo, todos exigindo que a ponte volta a operar como antes.

O presidente da Federação dos Taxistas de Ciudad del Este, Enrique Rolón, disse que a mobilização vai começar às 6h e a cidade será paralisada.

“Os funcionários públicos podem aguentar, porque têm salário assegurado, mas nós, não. Vivemos do nosso trabalho diário e chegamos ao ponto em que não podemos mais. Chegamos ao fundo do poço. Precisamos trabalhar”, disse.

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