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Perícia aponta que registro de acesso às câmeras que gravaram crime de Marcelo Arruda foi apagado

Com a eliminação do registro não é possível saber quem viu as imagens no dia do crime

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Perícia aponta que registro de acesso às câmeras que gravaram crime de Marcelo Arruda foi apagado
Ministério Público denunciou o agente federal de segurança pública por homicídio qualificado - Foto: Reproduçaõ/vídeo
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Com a eliminação do registro não é possível saber quem viu as imagens no dia do crime

Um laudo pericial anexado ao processo que trata da morte do guarda municipal Marcelo Arruda indica que o registro de acesso às câmeras de segurança instaladas na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (ARESF) foi apagado. Com isso, não é possível saber quem viu as imagens no dia do crime, que ocorreu em 9 de julho.

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O registro de acesso foi eliminado às 8h57 do dia 11 de julho, dois dias depois do homicídio e já com as investigações em andamento. Marcelo Arruda foi assassinado na própria festa de aniversário, quando completou 50 anos. O autor dos tiros, o policial penal Jorge Guaranho, está internado sob escolta policial no Hospital Ministro Costa Cavalcanti.

Com a eliminação do registro de acesso às câmeras fica difícil responder quem mostrou a Guaranho as imagens da festa de Arruda, que era temática em alusão ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, conforme o laudo, “não foi possível afirmar se houve acesso às imagens na data de 09/07/22”.

Atraso na perícia

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Outra peça que pode dar mais detalhes sobre o crime é a perícia no celular de Guaranho. No entanto, o perito responsável pelo trabalho pediu ampliação do prazo de 30 dias para conclusão do laudo.

Ele justifica que o aparelho chegou bloqueado com senha tipo padrão geométrico, tem mais de 95 GB de informação, o que requer tempo para ser processado. O perito também alega que, como o crime foi de repercussão nacional, é preciso fazer exame minucioso nos registros. 

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O aparelho foi entregue à Polícia Científica em 19 de julho e encaminhado para perícia no dia 20. O prazo estipulado para finalização do trabalho era de dez dias.

Relembre o caso

Na noite do dia 9 de julho, Marcelo Arruda celebrava o aniversário de 50 anos com uma festa para familiares e amigos na ARESF, Vila A. A decoração era alusiva ao Partido dos Trabalhadores (PT), legenda à qual o aniversariante era filiado, tesoureiro e pela qual disputou o cargo de vice-prefeito em 2020.

Por volta das 23h, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que se descrevia na rede social Twitter como “Conservador, Cristão, Bolsonaro Presidente, armas = defesa”, foi até o local e discutiu com os participantes do evento. O motivo, conforme o registro de testemunhas no boletim de ocorrência, teria sido a decoração petista.

Minutos após deixar a sede da ARESF, Guaranho retornou e desceu do carro de arma em punho. Imagens das câmeras de segurança captaram o momento dos disparos que atingiram o guarda, que revidou e feriu o atirador. Arruda faleceu no Hospital Municipal Padre Germano Lauck na madrugada de domingo (10).

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Denise Paro

Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br