O sabor e a memória afetiva do risoto de frango, também conhecido como galinhada, motivam uma nova pesquisa gastronômica em Foz do Iguaçu. O estudo integra o projeto Cozinhas de Foz do Iguaçu, desenvolvido pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). A iniciativa busca valorizar e fortalecer as tradições culinárias que formam a identidade cultural da cidade.
Link da pesquisa: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfx4ehRF-PO9wPTEYh5WwKjNMSMKd8z6NkDqCidJgHx_Y-TLA/viewform
A pesquisa conta com o apoio do Observatório Nacional de Turismo Sustentável e do Sebrae Paraná. O questionário é rápido, leva cerca de dois minutos para ser respondido, e está aberto a moradores de Foz do Iguaçu com 18 anos ou mais. Contudo, a iniciativa garante o anonimato dos participantes e dispensa a coleta de dados pessoais.
Foz do Iguaçu reúne uma diversidade cultural construída, sobretudo, pelos intensos processos de migração e imigração que moldaram seus hábitos, costumes e rica gastronomia. Nesse contexto, o projeto mapeia receitas tradicionais, investiga suas origens e estimula o reconhecimento de pratos que expressem o espírito comunitário e a história local.
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A pesquisadora Paola Stefanutti, que lidera a iniciativa, explica que se busca reunir as percepções da população para fundamentar o pedido de reconhecimento oficial do risoto de frango como prato típico e patrimônio cultural imaterial do município. Os interessados podem entrar em contato com a professora pelo e-mail paola.stefanutti@ifpr.edu.br.
Pirá de Foz?
Em 2023, o Instituto Federal do Paraná (IFPR) retomou a discussão sobre o prato típico de Foz do Iguaçu. O estudo, também orientado pela professora Paola Stefanutti, revelou a baixa popularidade do pirá de Foz. A iguaria havia sido eleita 1996, durante um concurso gastronômico, o prato típico da cidade.
Os ex-alunos do IFPR André Roberto da Silva Lima, Jade Melina Zamarchi e Emilli de Souza Silva publicaram o levantamento na Revista de Ciência de Alimentos e Gastronomia (Rcagt). A pesquisa mostrou que apenas 31,5% dos entrevistados afirmaram conhecer o prato, enquanto somente 5,3% disseram tê-lo consumido. O grupo detectou também que o pirá de Foz aparece em apenas três locais da cidade.
Por fim, à época, Paola Stefanutti questionou: “Como um prato pode ser considerado típico de uma localidade, sendo que 94% da população amostral sequer o consumiu? Ou ser oferecido em apenas três estabelecimentos gastronômicos do município? Conclui-se que o pirá de Foz não deveria ser denominado como prato típico da cidade.”
Certamente, uma boa discussão para as rodas de conversa na cidade!

