Itaipu Binacional atualizou, nesta semana, resultados do estudo que monitora o deslocamento de espécies migratórias de peixes no Rio Paraná. Espécimes marcados na barragem apareceram em locais distantes, a 450 quilômetros.
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A usina conta com o Canal da Piracema, que faz a ligação entre o trecho abaixo da represa e o lago de Itaipu. O canal tem um trecho artificial e uma parte natural, composta pelo leito do Rio Bela Vista, afluente do Paranazão.
De acordo com Itaipu, as análises permitem conclusões como o uso do canal por várias espécies e a boa qualidade ambiental da água do reservatório.
As pesquisas acontecem desde o represamento do Rio Paraná, mas ganharam impulso a partir de 2009, com a adoção de uma nova tecnologia. Inseridos sob a pele dos peixes, os marcadores têm durabilidade indeterminada, pois não dependem de bateria.
Desde 2009, 12.378 peixes, de 42 espécies, receberam a marcação. Alguns deles passaram, após vários anos, pela escada da usina de Porto Primavera, localizada 450 quilômetros acima.
Caroline Henn, bióloga da Divisão de Reservatório de Itaipu, destaca a importância de acompanhar as movimentações entre os ambientes acima e abaixo da barragem.
“Os dados demonstram que as espécies estão conseguindo cumprir seus ciclos reprodutivos”, aponta Henn, ressaltando as diferenças no comportamento entre as espécies que trafegam pelo lago de Itaipu.
“Piaparas, por exemplo, migram pelo leito principal, enquanto pacus, por sua vez, preferem tributários como o Piquiri, Ivaí e Ocoy”, indica.
Assim, as pesquisas realizadas em Itaipu ajudam a entender melhor o modo de vida dos peixes que habitam uma das maiores bacias hidrográficas do planeta.
(Com informações de Itaipu Binacional)