Bosque Guarani protegido como parque urbano público e gratuito

É pouco o que se sabe sobre o futuro do Bosque Guarani. Na ausência de respostas, ficam as interrogações.

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É pouco o que se sabe sobre o futuro do Bosque Guarani, além do anúncio de obras para “passarela, rampas e acessibilidade”, com recursos de uma emenda parlamentar vinculada ao turismo, acrescidos aos do município. Na ausência de respostas, ficam as interrogações.

O acesso permanecerá sendo integralmente gratuito ou será convertido em parcialmente pago? Será priorizada a comunidade iguaçuense ou o apelo turístico? Ocorrerá o tombamento como patrimônio natural da cidade para a proteção, conforme pedido formulado em fevereiro?

Porção de Mata Atlântica, o Bosque Guarani é um oásis verde no coração cidade. Sua importância ambiental comprova-se pela diversidade e pela presença de espécies em extinção, de araucária a peroba, de cedro-rosa a pau-marfim, como mostra levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

O órgão cita no estudo mais de 30 espécies distribuídas pelos 4,5 hectares de área, a partir de descritivo florestal parcial. Ainda elenca nascentes que dão origem a dois lagos, que devem configurar Área de Proteção Permanente no entorno dos mananciais.

A anunciada consulta à população sobre o Bosque Guarani tarda acontecer, ainda que o imbróglio do fechamento do zoológico e transferência dos animais tenha começado há mais de um ano. E será uma escuta sem caráter obrigatório, não deliberativa.

A graduação de Arquitetura e Urbanismo da Unila colocou-se à disposição para contribuir com os esforços para preservação do bosque. A sociedade, diz a nota do curso, deve “impedir impactos irreversíveis da ação humana, como é o caso do risco iminente da cobiça do mercado privado do turismo e imobiliário sobre o Bosque Guarani”.

A preocupação sobre o destino do bosque ganha mais razão ao se olhar para as praças públicas reformadas em anos recentes. Pergolados que viraram piada entre os moradores, chafariz que não funciona, excesso de pedra e carência de árvores e bancos formam o enredo.

O morador iguaçuense tem direito à cidade, aqui traduzido como a garantia a um ambiente urbano verde, público e gratuito. No caso do Bosque Guarani, a vegetação preservada dispensa invencionices com penduricalhos e concreto que possam priorizar o comércio.

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