A comunidade do Jardim Iguaçu pede a despoluição e a proteção de um rio que nasce na Rua Capitão Acácio Pedroso, afluente do Rio M’Boicy, e a criação de parque ambiental na área. A reivindicação é para garantir a cobertura da mata ciliar, com uma praça de plantas medicinais e de convivência para moradores.
A nascente fica junto à sede recreativa do Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (STTHFI) e atrás da Churrascaria Rafain. Conforme a prefeitura, seu nome é Rio Águas Claras, escolhido durante o projeto “Que rio é este”, de identificação de mananciais, realizado na década de 2000.
O sindicato tem o esboço de um projeto para a praça com plantas medicinais e espaço de convivência. A entidade faz a limpeza periódica do rio com recursos próprios, nas proximidades de sua sede, e convoca a Sanepar para realizar a manutenção, já que de tempos em tempos a tubulação de esgoto no local excede.
“Pedimos a atenção do poder público para resolver a poluição do rio, pois ele corre sério risco devido à falta de um plano de conservação”, expõe Vilson Martins, presidente do STTHFI. “E somos parceiros, caso as autoridades públicas tenham interesse, para ajudar na implementação da praça fitoterápica.”
Ele complementa: “Hoje, fazemos a limpeza do córrego e do seu leito, mas precisamos de uma solução definitiva. Ou seja, a prefeitura deve assumir esse serviço e implementar medidas ambientais para assegurar a preservação de todo o entorno do rio”, cobra Vilson.
Afluente do Rio M’Boicy
Da região do Sindicato em Turismo e Hospitalidade, o Rio Águas Claras segue até os fundos do Colégio Estadual Tarquínio Santos, mais acima (no sentido ao centro), na Vila Yolanda. Desse ponto, ressurge à superfície em um belo bosque, atrás de uma quadra de tênis que fica nessa cercania.

Conforme a gestão municipal, ao perpassar áreas verdes da Vila Yolanda, entre as ruas Major Acylino de Castro e Cândido Ferreira, o riacho é canalizado. Assim, o corpo hídrico segue até a Rua Catulo da Paixão Cearense, já no Jardim Naipi, para encontrar o leito principal do Rio M’Boicy.
Pedido de providências
A falta de cuidados ambientais na região preocupa o jornalista Christiano Fernandes, morador na Rua Capitão Acácio Pedroso, pois além da degradação da natureza resulta em insegurança à comunidade, quando o matagal cresce. Ele já fez pedidos anteriores de providências, porém a prefeitura só realizou serviços paliativos.

Christiano explica que a área deve ser cuidada integralmente, da Acácio Pedroso até os fundos do Colégio Tarquínio Santos e entorno. Ele concorda com a criação do equipamento público proposto pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, unindo natureza e convivência comunitária.
“Acho uma excelente ideia. Tem um espaço enorme para criar uma área de lazer e transformá-la em um parque”, avalia Christiano. “Movimentaria a região, podendo até atrair turistas, pois as trilhas de caminhada em volta são bem frequentadas por moradores e visitantes que ficam hospedados nos hotéis”, pontua.

O que diz a prefeitura
Questionada sobre a conservação do rio e quanto à proposta de criação de um parque ambiental na área, a prefeitura informou à reportagem que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente já tem mapeados os pontos críticos e inclui no seu planejamento a recuperação de nascentes e a limpeza dos rios da cidade. “Assim como em outros locais, esse rio também está contemplado nas ações previstas”, citou, em nota.
Acrescentou que está sendo feito um levantamento sistemático para a recuperação e o melhoramento de áreas verdes no perímetro urbano, que inclui a área localizada na Rua Acácio Pedroso. “Entre as ações previstas, com o objetivo de preservar os recursos naturais e a qualidade da água, estão o replantio de árvores, sinalização, ações de educação ambiental e medidas de proteção da nascente”, disse a prefeitura.