Com explosão de dengue, Foz tem 1.217 casos confirmados e 6.896 notificações da doença 

Confira o raio X da epidemia de dengue conforme a gravidade, região, faixa etária e outras informações. Assista à entrevista com o chefe do Centro de Controle de Zoonoses, Carlos Santi.

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De acordo com dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Foz do Iguaçu atingiu 1.217 casos confirmados de dengue e 6.896 notificações da doença – quando a pessoa apresenta sintomas e passa por análise –, nesta segunda-feira, 17. Os números abrangem o período epidemiológico iniciado em 1º de agosto. 

Pelos números atualizados, a cidade está situação de emergência epidemiológica, explicou o chefe do Centro de Controle de Zoonoses, Carlos Santi. Ele foi entrevistado no programa Marco Zero, produção conjunta do H2FOZ e Rádio Clube FM

Assista à entrevista:

Conforme o profissional de saúde, acima de 100 casos para um grupo de 100 mil habitantes, o status é de alerta para epidemia de dengue. Acima de 300 casos para cada 100 mil habitantes, a condição é de epidemia, o que demanda a decretação de estado de emergência para a doença. 

De acordo com Carlos Santi, no início da semana passada, Foz do Iguaçu havia registrado 230 casos confirmados de dengue. Esse número saltou para 1.169 na última sexta-feira, 14, e chegou aos atuais 1.217 nesta segunda-feira. 

"Foi um crescimento assombroso", definiu Carlos Santi, no programa Marco Zero – foto Carlos Sossa

"Foi um crescimento assombroso. Até o início da semana, tínhamos 230 casos confirmados da doença. Em três ou quatro dias pulamos para 1.169. E os números são atualizados diariamente", afirmou. Santi disse que, desde dezembro, o município tem reforçado as ações de enfrentamento, como os mutirões nos bairros, a exemplo da mobilização ocorrida nesse sábado, 15.

"É preciso redobrarmos os cuidados, e a população deve envolver-se nessa mobilização".

"É preciso redobrarmos os cuidados, e a população deve envolver-se nessa mobilização. Nosso problema não é falta de informação, mas de conscientização; precisamos colocar em prática as medidas de cuidado e prevenção", destacou. Segundo ele: "63% dos criadouros de dengue estão nos quintais e em pequenos objetos de fácil acesso".   

Santi frisou que Foz do Iguaçu ficou nove meses sem receber o inseticida fornecido pelo governo federal. A ausência de frio no último inverno ajudou a agravar a situação. "O inseticida mata o mosquito adulto. Não é a opção, mas é uma alternativa no combate à dengue", explicou. 

Conforme o chefe do CCZ, o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, passou por uma adaptação. "Hoje, ele não se prolifera apenas em águas paradas e limpas, mas também em águas turvas, o que torna mais difícil o trabalho de combate feito pelas equipes", informou Carlos Santi.

Raio X 

Conforme o boletim atualizado da Vigilância Epidemiológica nesta segunda-feira, 17, o contexto da dengue em Foz do Iguaçu é o seguinte:

Número de casos

Notificados 6.896
Confirmados 1.217 (casos) – 18%

Classificação final e óbitos

Dengue – 1.154
Dengue com sinais de alarme – 57
Dengue grave – 6
Óbitos por dengue – 1

Sexo 

Masculino (602 casos) – 49%
Feminino (615 casos) – 51%

Faixa etária

< 1 ano (10 casos) – 1%
01-14 (164 casos) – 13%
15-29 (312 casos) – 26%
30-44 (342 casos) – 28%
45-59 (224 casos) – 18%
60 e+ (165 casos) – 14%

Local de residência

Autóctones

Distrito Sanitário Leste (165 casos) – 14%
Distrito Sanitário Norte (321 casos) – 26%
Distrito Sanitário Oeste (219 casos) – 18%
Distrito Nordeste (136 casos) – 11%
Distrito Sanitário Sul (92 casos) – 8%
Ignorados (260 casos) – 21% 

Importados

Brasil 11 (casos) – 1%
Paraguai (13 casos) – 1%

(Fonte: Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde)

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