Um pouco da historia do futebol em Foz

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Em épocas como a da Copa do Mundo, o espírito futebolístico toma conta de todos nós, pois os ingleses podem tê-lo inventado, mas com toda a certeza, o futebol, é o esporte de preferência nacional dos brasileiros.

Mas, e aqui em Foz do Iguaçu, como está este esporte? Como ele apareceu? Enfim qual é a sua história? Para sanar estas e algumas outras questões, mas sem pretender exaurí-las, vamos recorrer a uma série de pessoas que viveram esse cenário esportivo e com informações, estaremos contando um pouco da “história do futebol amador em foz”.

Na verdade a história da evolução desse esporte em nossa cidade, se confunde com a própria história do Município, pois se este teve sua emancipação política em 10 de junho da 1914, já em 12 de setembro de 1915, nascia o ABC Foot Ball Club, sendo importante lembrar que o futebol nasceu no Brasil em 1894, trazido para cá por Charles Muler, brasileiro, descendente de ingleses e escoceses, nascido na Brás em São Paulo e que também que o Sport Club Rio Grande, de Rio Grande (RS), foi fundado em 24 de junho de 1900 e a Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas (SP), oficialmente fundada em 11 de agosto de 1900.

Disputam o título de time mais antigo do Brasil, sendo que a CBF reconhece oficialmente que o time gaúcho é o mais antigo do Brasil, por apenas 48 dias de diferença, em relação à data de fundação da “Macaca” de Campinas.

O interessante é que o Flamengo de Futebol e Regatas, nascido em 1895 e o Clube de Regatas Vasco da Gama em 1898, apesar de nascidos anteriormente a 1900, não são considerados como os mais antigos porque não nasceram para a prática do futebol e sim para regatas. O Botafogo carioca nasceu em 1904, o Corinthians Paulista em 1910, o Santos em 1912, o Palmeiras em 1914 e o São Paulo em 1935, de modo que o ABC (1915) é um dos clubes de futebol mais antigo do Brasil.

Campos e campinhos – E será contando a história dos diversos clubes ou times locais, que desde antigamente empolgam os muitos adeptos desse esporte, que faremos este relato. Mais antes disso, vamos falar sobre os campos que existiram para a prática do futebol, além dos que citaremos junto com os clubes (ABC, Gresfi e Flamengo).

Iniciando por lembrar que nos idos de 1926, existiu um campo de futebol de propriedade do ABC (que teria sido o primeiro na história de Foz), na hoje, Avenida Jorge Schimmelpfeng, em frente ao Colégio Estadual Bartolomeu Mitre (onde atualmente estão a Tass, o Alquimia e o Posto Oklahoma).

Também destacaram-se outros campos de medidas mais ou menos oficiais, como e do Vasco da Gama, campo de terra, que ficava na canteiro de obras da Sotege, próximo onde hoje está a ponte da amizade. Também o campo do Industrial, foi muito utilizado na época (1953/65) e ficava nos fundos do TTU e do Bosque Guarani.

A então Escola Rural, hoje Ginásio Agrícola Manoel Moreira Pena, sob a direção do patrono de atual ginásio, tinha um campo em que eram realizandos torneios escolares entre os desportistas da época. Para as famosas “peladas” de fim de tarde e/ou de fins de semana, a juventude dos anos 60 e 70, utilizavam-se de locais que tinham dimensões parecidas com as dos atuais campos de futebol suíço, destacando-se o do Oeste Paraná Club, que ficava onde está a atual sede do clube; o do alto Iguaçu que ficava nos fundos do Açougue Giovenardi, onde hoje está a garagem do Sulamericana, Quintino Bocaiúva, quase esquina com a Santos Dumont; também no antigo bairro do Boicy, em frente a Casa Mineira do saudoso sr. Estacho(Estanislau Zambrinski), existiu um campo, onde foram realizados sensacionais confrontos, atualmente está no local, a residência do sr.

Ìrio Holler e senhora Linda Marinha (filha do sr. Estacho). Destaque ainda para o campo que existiu na conhecida “Chácara do Roth”, na altura em que moravam na época, o Olaís Bernardes, o Côco Klein, a família dos irmãos Nenê (grande atleta iguaçuense), Mário e Zé Cadela, onde foram realizadas memoráveis peladas.

Finalmente, no bairro Maracanã de então, existia um espaço para a realização de peladas, onde hoje está a Igreja Católica do bairro e também na região central, houve dois campos, um próximo onde moravam a família Tapeti, na rua Jorge Samways esquina com a Rua Almirante Barroso, o outro em frente ao atual Hotel Espanhol, onde hoje está a nova Câmara Municipal.

Ambos foram palcos de memoráveis “peladas”. Muitos dos grandes atletas de nossa cidade e região iniciaram-se na vida esportiva em um desses campos, que hoje não existem mais.

ABC Foot Ball Club

Vamos iniciar a história de nossos clubes, pelo “vovô” ABC Foot Ball Club,que segundo contam teve esse nome em homenagem a um Tratado de Defesa Mútua que envolveria a Argentina, o Brasil e o Chile.

Tratado este que nunca foi formalizado. Atualmente, com o nome abrasileirado para ABC Futebol Clube, teve a sua fundação em 12 de setembro de 1915, por um grupo de esportistas da época liderados por Zenon Pereira Leite, médico gaúcho, que foi primeiro presidente do clube.

Importante destacar que mesmo tendo retornado a Porto Alegre, logo após a fundação do clube, o dr. Zenon, manteve contacto ? até meados de 1960 ? enviando telegramas aos diretores, por ocasião do aniversário do ABC.

Inicialmente, o ABC adotou como cores oficiais, segundo o estatuto de fundação o preto e o Branco, mas pelo simples fato de que, no entendimento dos dirigentes de então, essas cores (preto e Branco) não estavam dando sorte ao clube. Em reunião realizada em 24 de março de 1946, ficou decidido que as cores oficiais do clube passariam a ser o vermelho e o branco, e também decidiu-se, nessa reunião, fixar a interpretação da origem da denominação de ABC, em homenagem às primeiras letras do alfabeto.

Entre seus muitos associados, que sempre buscaram consolidar, não apenas um “time de futebol”, mas um clube, que com seu patrimônio, formado por pessoas, bens e conquistas, pudesse resistir ao tempo, destacaram-se Jorge Schimmelpfeng, Jorge Samways, Wisland Samways, José e Jorge Werner, Saulo Ferreira, Carlos Luiz Samways, Antônio Aguirra, Írio Manganelli, Vitório Basso, Secundino Aquino, José Maciel, tenente Eduardo Olmedo, Roberto Simões, Tito Martinez, Aníbal Abbate Soley, Valter Baldan, José Cláudio
Rorato, entre outros.

E nesse sentido, com certeza, o ABC é um clube vitorioso, pois desde o seu início buscou e teve estádio próprio, primeiro em meados de 1926, com um campo simples na Avenida Jorge Schimmelpfeng, em área composta pelos lotes 5 e 7 da quadra 1, conforme título Definitivo nº 205 e lotes 1 e 2 da quadra 8, Título Definitivo nº 204, todos na zona B desta cidade, adquiridos pelo clube da Prefeitura Municipal.

Depois, em área, adquirida em 28/09/1937, através do Título Definitivo nº395, localizada na esquina da Rua Quintino Bocaiúva com a Rua Marechal Deodoro (onde atualmente está o Hotel Rafain Centro) e tomava toda a quadra que envolve as ruas Quintino Bocaiúva e Jorge Samways de um lado e ruas Marechal Deodoro e Santos Dumont de ouro, está área foi vendida em 1976, e hoje com seu majestoso estádio na Avenida República Argentina, adquirido em 09/07/1976, com uma área de 45.112,30 m² devidamente registrada em nome do clube, foi inaugurado em 1980 na gestão do presidente Ramón Rafael “Tito” Martinez Cáceres e já recebeu por duas vezes a Seleção Brasileira, para treinamentos, primeiramente por ocasião da Copa América e posteriormente na preparação da Seleção Brasileira sub 20.

As instalações desse estádio, segundo avaliação de cronistas esportivos de renome internacional como Galvão Bueno e Luciano do Valle, especialmente pelo gramado e sistema de iluminação não ficam devendo nada a nenhum estádio de futebol do mundo.

No aspecto pessoal, o ABC teve desde seu início sob o comando de sócios que engrandeceram o clube, tendo como alguns dos seus ex-presidentes Saulo Ferreira, Carlos Luiz Samways, Roberto Simões, Aníbal Abbate Soley, Raul Quadros, Adilson Simão, Tito Martinez, Roberto Apelbaun, Clóvis Ballotin, Paulo MacDonald Ghisi, José Claúdio Rorato, Sérgio Bavaresco, entre outros, já falecidos.

Na sua galeria de grandes craques, além de muitos outros, lembramos de Carlos Luiz Samways (Carlinhos), Daniel Alfaiate, Breda, Rolon, Itacy e André. Detentor de inúmeros títulos nas divisas categorias do futebol amador, com destaque para a equipe de 1953, o time campeão em 1968, a “teceira colocação” entre todas as equipes de futebol amador do Estado com equipes de capital do estado, também os campeonatos amadores citadinos de 1997, 1999 e 2001.

Atualmente, sob p comando do presidente Ademir Flor e do presidente do conselho de Administração Valter Balban, de cuja diretoria consta como a de maior feito em termos de obra, a tão sonhada iluminação do estádio, mantém equipes em todas as categorias de futebol desde “fraldinhas até masters” (veteranos), confirmado o mesmo espírito dos fundadores do clube em 1915.

Guairacá/Gresfi

Outro clube que se confunde com a história da cidade, é o atual Gresfi, anteriormente conhecida por Guaraicá Esporte Clube adotando as cores verde e branca, nasceu vinculado aos militares do Exército Brasileiro, especialmente sargentos e subtenentes, e para contar a sua história, tivemos a colaboração dos sargentos Ambrósio e Britez.

O Guairacá foi fundado em 17 de janeiro de 1945 e era apenas uma equipe de futebol, quando em 25 de novembro de 1967, foi feita uma fusão entre o time (Guairacá), o conhecido Clube Social Grêmio Olavo Bilac e a Caixa Esportiva e Beneficente dos Graduados do 1º Batalhão de Fronteira, dando vida ao Grêmio Esportivo Social Foz do Iguaçu ? Gresfi, tendo sido mantido as cores verde e branco e o Estádio Menezes da Rocha, que fica na zona central da cidade, na Rua Rebouças esquina com Rua Almirante Barroso e também a sede social do Grêmio, que antigamente ficava na Rua Marechal Deodoro, no meio da quadra, entre as ruas Jorge Samways e Quintino Bocaiúva, hoje, já como Gresfi, está na Avenida J.K, antigo aeroporto da cidade. Continua o vínculo com o Exército Nacional, mais agora com uma participação significativa de civis nas áreas social e esportiva do clube.

Na história destacam-se nomes: Sargento Viana (pai) e cabo Viana (filho), sargento Edino, sargento Silvio, sargento Lauro, cabo Perini, sargento Gladistone, cabo Cândido, sargento Ambrósio, cabos Noronha, Onofre e Armando, entre tantos outros.

Também o antigo Guairacá e hoje o Gresfi, detêm inúmeros títulos nas divisas categorias amadoras do futebol de foz, destacando-se o de Campeão Amador de 1972, Bicampeão Juniores de 1967 e 1996 e Campeão Veteranos do torneio da Paz em 2002.

Destaque especial tem de ser feito à equipe de futebol feminino do Gresfi, que foi criada em 2000 e já naquele ano participou do Campeonato Paranaense da categoria, alcançando a 3ª colocação e em 2001, sagrando-se CAMPEÃ do Estado, inclusive tendo quatro atletas convocadas para a Seleção Brasileira sub 19.

Flamengo Esporte Clube

O Flamengo Esporte Clube fundado em 7 de setembro de 1954, por um grupo de desportistas dissidentes do ABC, adotou as cores vermelha e preta, a exemplo do clube carioca de mesmo nome. O encontro foi realizado na residência da família Ayres de Aguirre, além de Antônio Gonçalves, participar ainda Cherubim Ayres de Aguirre, Rauk Horácio Grignet (Cacho), Nelson Varisco e Heitor Cardoso.

Da reunião resultou a fundação do Flamengo esporte Clube de Foz do Iguaçu, que há 47 anos coleciona títulos e honrarias, consolidando-se como um dos melhores times da cidade. A primeira diretoria constituída logo após a fundação ficou assim formada: Presidente Antônio Gonçalves; Vice-presidente Heitor Cardoso; 1º secretário Cherubim Ayres de Aguirre; 2º secretário Raul Horácio Grignet; 1º tesoureiro Melquíades Ayres de Aguirre e 2º Tesoureiro Nelson Varisco.

Logo depois da formação da primeira diretoria, foram feitas as filiações dos primeiros colaboradores: Renato Gonçalves dos Santos, Luiz Carlos Sbaraini, Idílio Chibiaque, Sebastião Flor, Nelson Domareski, família Basso, Antônio José Machado, família Dotto, Edgar Fiala, Sérgio Lobato, Octávio Portes (Tavico), Francisco Ferreira mota, João Carlos Palma (Joni), Celestino Rorato, Ernesto Julião Grignet, João Maria Santos, Emílio Rotilli, Antônio Soares, Paschoal Nami, entre outros.

A história do Flamengo está vinculada à história de um grande desportista, Antônio Gonçalves, o conhecidíssimo “Kid Chocolate”, um marinheiro que aqui aportou e que tinha no boxe, sua principal atividade esportiva, tendo sido um nome importante no cenário do boxe sul-americano. Mas foi no futebol e especialmente como dirigente do Flamengo, que o Kid Chocolate conduziu, treino e ensinou a prática do futebol para muitos dos atuais e ex-atletas iguaçuenses que estão por ai.

Kid Chocolate, que na década de 1950 fundou o 84º Boxing Club, que teve uma rápida participação no futebol iguaçuenses, se confunde com a história do Flamengo e do futebol amador de nossa cidade e é para homens que como ele, anonimamente, muito fez pelo nosso esporte preferido, que dedicamos este menos algumas injustiça sejam reparadas.

Também a família Basso, desde seu patriarca Pedro, passando pelos filhos Irineu e Vitório, que apesar de ser ABC, dedicaram-se à construção do estádio. A família Basso, a exemplo de Nelson Domareski, foi fundamental para a consolidação do clube, sendo os principais responsáveis pela construção do estádio, que leva o nome com extrema justiça de “Pedro
Basso”.

O confronto Flamengo e ABC, tornou-se o grande clássico do futebol amador iguaçuense, em qualquer categoria. Desse embate pode se esperar muita emoção e muita dedicação dos envolvidos, propiciando aos desportistas, sempre grandes e inesquecíveis confrontos.

Também o Flamengo, assim como o ABC e o atual Gresfi, mantêm equipes de outras categorias de futebol amador, com título em praticamente todas essas categorias, com destaque ao time de 1957, para a participação especial de Mane Garrincha em 1968 na conquista do título de bicampeão citadino de futebol amador nos anos de 1975 e 1976 da recém-criada LIF e para o time vice-campeão em 2001.

Em sua vivência, passaram pelo Flamengo, excepcionais atletas: Roberto Damião, Bita, Roberto Chirum, Machadinho, Oscarzinho, Maneco, Arturo(Atlético Paranaense), Ademilson (Atlético Paranaense e Atlético Mineiro).

Nagaleria de presidentes o Flamengo teve nomes como: Antônio Gonçalves(fundador), Irineu Basso, Nelson Domareski, Sérgio Beltrame, “Chico” Maneguetti, Inaudi Savaris, Aparecido Plácido dos Santos, Luiz Sbaraini e Sérgio Beltrame. Atualmente sob o comando do presidente Carlos Arturo Mallorquin, o clube vem mantendo a ampliando seu estádio, com um excepcional gramado utilizado inclusive para treinamentos da Seleção Brasileira. Anexo ao Estádio, mantém o Flamengo um ginásio de Esporte e um Kartódromo, para utilização
dos aficionados desse esporte.

Vasco da Gama

Já o Clube Recreativo Vasco da Gama, tem uma história das dos demais, pois nasceu vinculado “a uma empresa, Sotege, que tinha sede  no rio de Janeiro e foi contratada para a construção da Ponte Internacional Brasil/Paraguai, atual Ponte da Amizade. Essa empresa era de propriedade de portugueses e tinha em seu quadro técnico, diversos simpatizantes do carioca Clube de regatas Vasco da Gama e foi assim  que no canteiro de obras da Sotege, em 15 de novembro de 1957, sob a presidência do dr. José R. Leite de Almeida, engenheiro chefe da empresa, nasceu o nosso Vasco da gama, que copiando seu homônimo carioca é cruzmaltino e adota as cores preto e branco.

O Vasco da Gama teve duas fases, a primeira em que era vinculado à Sotege e com esse “apoio” contratava “boleiros” para “trabalharem” na obra, montando grandes times. Nessa fase destacaram-se os atletas Dedé, Zico, Pedro Paulo Português, Luiz e Cláudio Giovernardi. Entre outros  e uma segunda  fase após o término da obra da ponte, quando um grupo de aficionados, dente os quais destacamos: Dilercy e Dilermando Jenzura, Roberto fava, Antenor Carneiro de Mello, Egeu Timóteo de Brito, Silvio Cury, Luiz Carlos Fossari, Jorge Portinho, que juntos à remanescentes da Sotage, encamparam  o time e o mantiveram até hoje, destacando-se aí, atletas  como: Romeu Togni, Lúcio, Tibiriçá, Roberto fava, Conceição, Freddy, tete, Duca, Mozart, Serginho jacaré (com passagem pela Ponte Preta e Atlético Mineiro ? Campeão Brasileiro em 1974.

Desde a sua fundação até boa parte da segunda fase de vida do Vasco da Gama, a participação de um homem foi fundamental. Trata-se do inesquecível José Afonso Viana dos santos, o tio “Zé Afonso”, como carinhosamente era chamado,  que  dedicava suas poucas horas de lazer à família, aos passarinhos e ao seu querido Vasco da Gama, que para ele era como se fosse um membro a mais de sua família.

Ao “Zé Afonso” que ainda hoje empresta sua simpatia e cordialidade em algum rincão deste Brasil, e na fase contemporânea  ao recém-falecido dirigente e treinador Roque Dias, é preciso que se faça uma homenagem especial, a exemplo de Kid Chocolate, Pedro Basso, Sebatião Flor, alguns dos muitos anônimos que deram muito de si para que nosso futebol existisse e pudesse chegar até onde chegou.

Portanto a esses nomes rendo minhas mais sinceras e justas homenagens e em nome da comunidade iguaçuense, especialmente a do futebol amador. Na galeria de títulos do Vasco da Gama destacamos o bicampeonato da Liga Cataratas  em 1970 e 71, disputando a Taça Paraná.

O Vasco da Gama participou do Campeonato Amador Ciadino até 1979, quando sagrou-se campeão, sendo que após esse ano, só dedicou-se à categoria de futebol masters (veteranos) onde chegou a ser campeão invicto. Atualmente o clube é presidido pelo médico Roberto Fava.

Iguaçu e Industrial

Passaram também pela história do futebol amador times que não existem mais, mas que tiveram grande importância no desenvolvimento desse esporte em nossa região, entre eles o tricolor (branco vermelho e preto) Sociedade Ginástica Iguaçu, que  tinha na pessoa do saudoso “Capitão Ciríaco” seu maior incentivador. Fundado em 1939, teve uma passagem importante no cenário esportivo iguaçuense.

Também o Industrial, vinculado à então poderosa empresa Industrial Madeireira, nas cores preto e amarelo, teve seus dias de glória, entre os anos de 1953 e 1965, destacando-se  o atleta  e dirigente Roberto Côco Grinet. De uma dissidência do Flamengo em 1960, nasceu o glorioso Atlético Clube, com as cores vermelha, branca e azul.

Formado por um seleto grupo de amigos, capitaneados por Sebatião Flor, estavam Aníbal Abbate Soley, Vitor Giovenardi, Alírio Gimenez, Sebastião Rodrigues, Marujo, Adilson Simão e Doca.

Bicampeão invicto nos anos de 1961 e 62, de tenra idade nasceu e morreu com seu fundador e primeiro presidente Sebastião Flor, que faleceu prematuramente, após uma partida realizada no então 1º Batalhão de Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Municipal e Floresta

E finalmente o alvi-anil Municipal Esporte Clube, que nasceu vinculado aos funcionários da prefeitura, sob o comando do saudoso “João Lagarto”, como era conhecido João Limírio dos Santos e teve participação espetacular sendo bicampeão da cidade em 1966/67 apesar de curta participação no cenário desportivo de Foz.

Durante o período de construção da Hidrelétrica de Itaipu, entre os “barrageiros” vinculados a essa empresa e empreiteiras, realizavam-se “olimpíadas” internas, nas quais o  futebol era uma das principais modalidades, envolvendo só o publico ligado à  usina.

Disso tudo sobrou o Floresta Clube, que apeasr de ser um clubesocial, faz algumas incursões no esporte,  mantendo equipes de futebol amadoras, destacando-se em diversas delas, especialmente no futebol feminino e categorias mirins.

Ma notando que o “rapaz” estava muito assanhado, um certo amigo que dominava o espanhol, esclareceu  a questão dizendo: “olha, meu caro “ponta-esquerda”, o que as moças estão realmente dizendo é: “Tchê, monito!!”, que traduzido para o português quer dizer:” Ei, macaquinho!!”. Imaginem como foi a gozação em cima do nosso querido ex-presidente de entidade patronal.

A integração fronteiriça era tanta, que era de praxe, a realização de um torneio entre as seleções dos jogadores amadores desta tríplice fronteira, nas datas oficiais da Independência de cada país, sendo que o homenageado, sediava o torneio (Brasil ? 7 de setembro; Paraguai ? 14 de
maio e Argentina ? 25 de maio).

Liga Regional

Em 1969, foi fundada a Liga Regional Futebol Cataratas, por Ferdinando Felice Pagot de São Miguel do Iguaçu e teve como seu primeiro presidente Mário Oro. A entidade era filiada à Federação Paranaense de Futebol e realizava campeonatos regionais que reuniam os municípios com as seguintes equipes: Comercial de São Miguel do Iguaçu, União e Grêmio de Medianeira, ABC, Flamengo e Vasco da Gama de Foz do Iguaçu, Aimoré de Matelândia, Botafogo da Agro Cafeeira, Associação Atlética Céu Azul, Atlético Operário de Santa Terezinha e Grêmio Esportivo Missal.

O time campeão adquiria direito a disputar a Taça Paraná, que era o maior título do futebol amador do Estado. A Liga Cataratas durou até 1975, quando iniciou-se um movimento para a criação de ligas municipais. Em Foz, a 5 de abril de 1975 surgiu a Liga Iguaçuense de futebol (LIF), existente até os dias de hoje, fundadapelos clubes ABC, GRESFI, FLAMENGO, VASCO DA GAMA e CLUBE ATLÉTICO OPERÁRIO, que representa os clubes de futebol amador do município. A liga foi fundada com a incumbência de registrar os clubes e seus atletas, organizar os certames esportivos entre seus filiados, manter equipes de árbitros e de assistentes, assim como órgãos de justiça Desportiva (JJD). Foi reconhecida pela Federação Paranaense de Futebol em 6 de maio de 1975, conforme protocolo 1193/75.

Ataualmente é presidida pelo desportista Jaime Marquezi. Passaram pela presidência da nossa LIF, nomes importantes como os de: Roberto “Côco” Ariel Grignet, Alberto (Betinho) Holler, José Roberto Portinho, Antônio Sady Buzanello, Olívio Antoniolli, Arnaldo Gambá, Manoel Jobes Gomes e Vôniro Ramos da Quinta.

Infelizmente, nossa Liga não teve a mesma evolução como as de alguns de nossos clubes que hoje estão consolidados. A liga foi e continua sendo totalmente dependente de seu presidente e apesar de alguns poucos abnegados que tentam dar seu apoio e seus trabalhos, ele está longe do ideal, não tendo sede própria, nem tampouco uma estrutura administrativa operacional condizente.

Hoje estão registrados na LIF, como participantes do campeonato citadino da 1º divisão do futebol amador de nossa cidade as seguintes agremiações: ABC, Gresfi, Flamengo, CRG 14, Eurofoz, União CRD, 12 de Outubro, Três Lagoas, Jardim São Paulo, Copacabana, Auritânia, Portal da Foz, Porto Belo, Maracanã e Vila C.Coordena e mantem a LIF, também atividades futebolísticas na segunda divisão, nos veteranos, no feminino e nas categorias de base juniores, juvenil, infantil e fraldinha.

Futebol Master

Em nossa cidade, com certeza é praticado, sem falsa modéstia, um dos melhores futebol master (veterano) do Brasil, que é disputado há longa data (antes de 1977), antes com torneios que contaram com a especial participação do inesquecível Coroas Clube e atualmente, em forma de campeonatos citadinos, além dos clubes tradicionais (Flamengo, ABC, Gresfi, Vasco), dos times dos bairros (Porto Meira e Três Lagoas), participam equipes especialmente montadas para a categoria de veteranos, como o Caldeirão, Clube dos 14, Mônaco, entre outros. Mas este é um capítulo a ser contado à parte e em outra ocasião.

Também e em paralelo à vida do futebol amador, tivemos o movimento que criou uma equipe de futebol profissional (atualmente o Cataratas Esporte Clube) em nossa cidade, mas isso, a exemplo dos veteranos, é uma outra história.

Nos dias de hoje o futebol em nossa cidade apesar do time profissional e do bom campeonato amador, dos destaques dos veteranos e futebol feminino, não se compara aos anos 50 quando famílias inteiras iam aos campos, assistir aos jogos de então. Mas como mostra o flagrante das lindas moçoilas jogadoras do time de basquetebol do Vasco da Gama, não só o futebol era praticado naqueles anos.

Colaboraram com informações e cessão de fotos os Seguintes desportistas: Carlos Luiz Samways, Ademir Flor, Irineu Basso, Carlos Arturo Mallorquin, Roberto Fava, Roberto “Côco” Grignet, Newton “Bilo” dos Santos, Sargento Britez e Ambrósio, o fotógrafo Paiva Neves, a quem, em nome da comunidade Iguaçuense e em meu nome particular, presto os meus sinceros votos de agradecimentos por terem dedicado seu tempo e seu conhecimento para que pudéssemos realizar este breve relato.

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