Vacina é a forma mais eficiente para conter sarampo; campanha em Foz começou

Paraná tem 831 casos confirmados; veja a realidade da doença no Paraguai e Argentina. Diretora de Vigilância e Saúde de Foz, Carmensita Gaievski Bom foi entrevistada no programa Marco Zero.

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Erradicado por alguns anos, o sarampo voltou. No Paraná, são 831 casos registrados no atual período epidemiológico – outros 1.653 estão em investigação. Em Foz do Iguaçu, não há ocorrências, mas a única forma segura de prevenir a doença é a vacinação, que está disponível em todas as unidades básicas de saúde do município. 

A imunização é indicada para pessoas de 5 a 59 anos, sendo que o público prioritário da campanha são os jovens com idade entre 20 e 29 anos, que representam hoje 52% dos casos confirmados com a doença no estado. A vacina é gratuita e não provoca outras enfermidades sugeridas por notícias falsas, alertam as autoridades. 

Diretora de Vigilância e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Carmensita Gaievski Bom detalhou como será a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, no programa Marco Zero, produção do H2FOZ e Rádio Clube FM. Ele ressaltou que a vacina é uma forma de proteção individual e coletiva contra a doença, e comentou o desserviço causado pelas fake news.  

Assista à entrevista:

"Ao se vacinar, a pessoa também protege seus familiares e amigos que não podem fazer a imunização, como quem tem imunidade baixa, idosos, mulheres grávidas e bebês menores de 6 meses de idade", enfatizou. "A vacinação cria uma barreira que inibe a transmissão do vírus."

A profissional de saúde informou que Toledo é a cidade mais próxima de Foz do Iguaçu com registro de sarampo e reforçou a necessidade de prevenção na fronteira. "Não estamos livres do sarampo. Nossa cidade é turística, recebe pessoas de vários lugares. Por isso a importância que todos façam a vacina", sublinhou Carmensita.

Vacina gratuita está disponível nas unidades básicas de sáude de Foz – foto Secretaria de Sáude do Paraná

Para a vacinação, basta comparecer, com a carteirinha e documento pessoal, a uma unidade básica de saúde em qualquer região de Foz do Iguaçu, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. No próximo sábado, 15, os postos também atenderão a população nesse mesmo horário, no Dia D de Mobilização Contra o Sarampo. 

"Durante a campanha, as pessoas também poderão verificar a carteirinha e ver se falta alguma outra vacina", alertou a diretora. "As unidades básicas de saúde estão preparadas para fazer a imunização contra a hepatite B, tétano, caxumba e outras do calendário vacinal."

Além da vacinação, eis algumas dicas de "precaução universal" contra o vírus, repassadas por Carmensita:

–  lavar as mãos, da forma adequada, regularmente;
– utilizar álcool em gel (principalmente em locais de circulação púbica);
– seguir a chamada etiqueta respiratória: não colocar a mão na boca ao tossir (voltar o rosto para o ombro ao tossir ou usar  lenço e descartá-lo); e
– alimentação saudável para elevar a imunidade;

Na fronteira 

Paraguai não tem casos de sarampo há 21 anos

Mesmo com todos os casos registrados nos países vizinhos, o Paraguai não tem registro de sarampo há 21 anos, graças às campanhas de vacinação.

Mesmo assim, como o sarampo é altamente transmissível, o diretor de Vigilância de Enfermidades Transmissíveis do Ministério da Saúde, Hernán Rodríguez, diz que o país está "permanentemente em alerta".

O dado curioso é que, como há mais de duas décadas não há casos de sarampo no Paraguai, grande parte dos médicos do país sequer viu um paciente com essa doença, e é por isso que a vigilância deve ser redobrada.

O Ministério da Saúde procura passar aos médicos os sintomas da doença, que começa com febre leve a moderada, tosse, calafrio, olhos inflamados (conjuntivite) e dor de garganta. Essa etapa da doença pode durar de dois a três dias.

A etapa seguinte é a erupção cutânea, quando aparecem pequenas manchas vermelhas ligeiramente elevadas ao longo da pele; em geral primeiro no rosto e depois pelo resto do corpo, progressivamente. Nesse estágio, a febre aumenta, podendo chegar a 41°C.

Em 2016, as Américas estavam livres do sarampo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O Brasil se encontrava também nessa situação. Apenas três anos depois, voltaram a ocorrer casos no Brasil e em outros países. Por enquanto, o Paraguai continua livre.

(Fontes: La Nación e Ultima Hora)

Há 21 anos o Paraguai não registra a doença; na Argentina, são 117 casos desde 2019 – foto DNIT

Sarampo na Argentina

Na Argentina, desde 2019 até agora foram registrados 117 casos de sarampo no país, segundo informe do Ministério da Saúde. Quase a totalidade dos casos confirmados em laboratório foi registrada na província de Buenos Aires.

Na vizinha província de Misiones, onde fica Puerto Iguazú, só houve um caso suspeito no período; em 14 casos, os testes não foram conclusivos, e quatro foram descartados.

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