Produtores de mandioca do departamento (estado) fronteiriço de Canindeyú organizaram, nessa quarta-feira (5), um protesto no município de Yasy Cañy.
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De acordo com os agricultores, o contrabando de mandioca procedente do Brasil está causando grandes perdas à cadeia produtiva local.
A manifestação ocorreu nas imediações da Colonia Tres Fronteras, com a adesão de cerca de 300 participantes. Ao jornal Última Hora, do Paraguai, Carlos Frutos, representante dos produtores, pediu solução urgente.
“Aqui está acontecendo o contrário: em vez de nós exportarmos nossa produção, está entrando mandioca do Brasil. Alguns caminhoneiros paraguaios trazem o produto, que está inundando o mercado”, denunciou.
Conforme os agricultores, a entrada do produto brasileiro no Paraguai estaria ocorrendo de forma irregular, sem a correspondente fiscalização sanitária nos postos fronteiriços.
A situação afeta, ademais, produtores de mandioca no departamento (estado) de Alto Paraná. As chácaras dedicadas ao cultivo do tubérculo estão localizadas, principalmente, na região do lago de Itaipu.
Os agricultores cobram, do governo do Paraguai, aumento na fiscalização fronteiriça e nos controles sobre a procedência dos produtos vendidos internamente.
Caso não encontrem resposta, ameaçam bloquear rodovias no interior de Canindeyú, cuja capital é a cidade fronteiriça de Salto del Guairá.
A mandioca está entre os principais produtos da agricultura familiar no Paraguai, abastecendo o mercado interno e tendo exportados os excedentes de produção.
A entrada de grandes volumes de mandioca brasileira, de acordo com os agricultores, estaria desequilibrando o mercado local, deixando o preço de venda, em alguns casos, inferior ao dos custos de produção.

