A Câmara dos Deputados do Paraguai votou, em sessão extra nesta terça-feira (19), o pedido de destituição do prefeito de Ciudad del Este, Miguel Prieto.
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Líder do movimento independente Yo Creo, de oposição ao Partido Colorado, Prieto foi denunciado pela Controladoria-Geral da República (CGR) por supostas irregularidades.
No mês de junho, os deputados do Paraguai aprovaram a intervenção na prefeitura de Ciudad del Este, que começou no dia 23 do mesmo mês.
Nomeado interventor, Ramón Ramírez Caballero apresentou relatório respaldando as acusações da CGR. De acordo com Ramírez, a análise das contas da prefeitura indicou problemas em contratos, nomeações e direcionamento irregular de verbas.
Inicialmente afastado por 60 dias, o prefeito de Ciudad del Este apontou motivação política para o que classificou como perseguição. Atualmente, Prieto responde a 50 ações judiciais no âmbito administrativo, muitas das quais impulsionadas por adversários.
Na sessão extra desta terça, a comissão responsável pela análise do caso na Câmara dos Deputados emitiu parecer favorável à destituição.
Em seguida, o presidente da Casa, deputado Raúl Latorre, considerou que “há méritos suficientes para a destituição” do prefeito de Ciudad del Este.
Já Pedro Gómez, deputado opositor, avaliou o caso como “a crônica de uma morte anunciada” e denunciou o uso da estrutura do Estado para perseguir adversários políticos.
Com votos da maioria colorada, o placar da sessão terminou em 47 a 30 pelo impeachment de Miguel Prieto. Conforme a legislação, Ciudad del Este deverá ter novas eleições para a escolha do prefeito que completará o mandato até agosto de 2026.
Protestos em Ciudad del Este
Segunda maior cidade do Paraguai, Ciudad del Este vive clima tenso desde a semana passada, com protestos em frente à prefeitura. Os manifestantes questionam a ação movida contra Miguel Prieto. Servidores denunciam situações como atrasos nos salários.
No fim de semana, perfis anônimos divulgaram, nas redes sociais, gravações de áudio atribuídas ao interventor Ramón Ramírez Caballero.
Nos conteúdos, dos quais Ramírez nega a veracidade, uma voz similar à do interventor fala em “matar politicamente” o “monstro Miguel Prieto” e dá a entender que sua missão em Ciudad del Este teria sido encomendada.