Moradores de Presidente Franco realizaram, nessa terça-feira (16), um protesto em frente à Junta (Câmara) Municipal da cidade. O grupo está preocupado quanto à falta de acessos à Ponte da Integração, que tem liberação prevista para sexta-feira (19).
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O principal questionamento diz respeito à passagem de caminhões por vias com pouca capacidade de fluxo. Como o Corredor Metropolitano del Este, rodovia perimetral, deverá ficar pronto só em 2027, o tráfego será direcionado para dentro da cidade.
De acordo com o cronograma, a abertura da Ponte da Integração está prevista para sexta-feira (19), após ato com a presença dos presidentes Lula e Santiago Peña.
Inicialmente, apenas caminhões vazios (em lastre) poderão passar pela nova via, diariamente, no horário entre as 19h e as 7h. No final de janeiro, órgãos do Brasil e do Paraguai avaliarão a possibilidade de liberar, ademais, a passagem de ônibus de turismo.
Moradores de Presidente Franco, contudo, questionam a falta de estrutura da cidade para receber o fluxo da Ponte da Integração sem a entrega do Corredor Metropolitano.
Ao jornal ABC Color, Óscar Torres, porta-voz dos manifestantes, disse que, mesmo com a passagem restrita ao período noturno, há temor de que os caminhões formem filas no perímetro urbano de Presidente Franco para aguardar o horário.
“Peço ao presidente Santiago Peña que escute a população, pois talvez não saiba do perigo para Presidente Franco. Como abrir a ponte sem ter o básico?”, questionou.
O problema central diz respeito a vias como a Avenida Bernardino Caballero, que dá acesso à Ponte da Integração. A avenida tem pista simples e nunca recebeu fluxo significativo de veículos como o previsto para a nova fronteira.
Sem atalhos para a Ponte da Integração
Enquanto o Corredor Metropolitano del Este não estiver pronto, caminhões e outros veículos terão, obrigatoriamente, de passar pelo perímetro urbano de Presidente Franco.
A ponte sobre o Rio Monday, trecho final do corredor, está com cerca de 25% de execução. O término da obra está estimado para os meses finais de 2026 ou início de 2027.
Os moradores que participaram do protesto ressaltaram não estarem contra o progresso trazido pela Ponte da Integração. Pedem, somente, que o governo do Paraguai escute a população local e busque alternativas para minimizar os impactos.

