Rede internacional de tráfico de pessoas explorava sexualmente 40 paraguaias na França

Foram detidos três suspeitos em Ciudad del Este, nesta quarta-feira. Outros sete haviam sido presos na Espanha e França.

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Foram detidos três suspeitos em Ciudad del Este, nesta quarta-feira. Outros sete haviam sido presos na Espanha e França.

Em operações simultâneas em endereços de Ciudad del Este, a Polícia Nacional do Paraguai, com acompanhamento do Ministério Público, deteve três pessoas acusadas de fazer parte de uma rede internacional de tráfico de mulheres.

Na França e na Espanha, para onde jovens paraguaias eram levadas, já foram presas outras sete pessoas. As buscas em Ciudad del Este foram acompanhadas por uma comitiva judicial e policial da França, informa o jornal La Nación.

Os três detidos são o paraguaio Conrado de Abreu Rivarola, de 33 anos; o uruguaio Ezequiel Santoro da Silva; e a paraguaia e Solana Chamorro Arguello.

Santoro da Silva foi detido em sua agência de viagens, a Adshey Turismo, que funciona no centro comercial de Ciudad del Este.

Foram apreendidos recibos de dinheiro, aparelhos celulares, moedas estrangeiras, uma motocicleta e um carro, que teriam relação com o caso investigado.

A promotora Nathalia Acevedo abriu processo contra os três por obtenção de vantagens financeiras no tráfico de pessoas.

As operações fizeram parte da Operação Taranis, que investiga as ações da rede internacional de tráfico de mulheres para fins sexuais.

Uma equipe da França, incluindo uma juíza, acompanhou as buscas em Ciudad del Este.Foto Polícia Nacional

A AGÊNCIA

“Esta agência é a que provê as vítimas de passagens de avião e também as treina sobre o que devem levar, quanto em dinheiro, o que devem responder às autoridades migratóriaS. Quando chegam ao destino, ficam sabendo que devem trabalhar em situação de exploração sexual”, explicou a promotora.

O relato de uma das vítimas deu início às operações na França, Espanha e Paraguai. Ela contou que foi contatada por um paraguaio, via rede social, que lhe fez uma oferta de trabalho na Frana e forneceu as indicações de onde deveria ir para conseguir o dinheiro para a compra das passagens de avião. O endereço era da agência de viagens Adshey.

As paraguaias, cerca de 40, foram levadas primeiro à Espanha e depois à França. Elas eram dos departamentos de Alto Paraná (cuja capital é Ciudad del Este) e Caaguazú.

A situação de extrema pobreza em que viviam facilitou a ação da quadrilha de agenciadores, disse Nathalia Acevedo.

De acordo com o jornal Última Hora, nenhuma das paraguaias resgatadas na França manifestou intenções de voltar ao país, devido às condições precárias em que ali viviam e para não se expor à estigmatização social, já que seriam consideradas prostitutas.

Entre as vítimas resgatadas, a maior parte eram mães solteiras, que precisavam de dinheiro – e aceitaram a oferta de trabalhar na Espanha ou na França – para sustentar seus filhos.

Durante as buscas feitas em finais de setembro, na França, foram ouvidas 15 vítimas de exploração sexual, em prostíbulos, e apreendidos 162 mil euros (mais de R$ 1 milhão) em dinheiro vivo, além de cartões de telefone.

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