Terroristas paraguaios sequestram menonita pobre e exigem US$ 500 mil

Eles deram prazo até segunda-feira, 13, para a família distribuir US$ 500 mil em víveres a 20 comunidades.

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Eles deram prazo até segunda-feira, 13, para a família distribuir US$ 500 mil em víveres a 20 comunidades.

Um grupo fora da lei, que se autodenomina Exército do Povo Paraguaio, sequestrou na segunda-feira, 7, um eletricista de 23 anos, que faz parte da comunidade menonita.

Foi, provavelmente, por engano, porque o colono Peter Reimer “ganha o dia trabalhando e vive numa casa alugada”, como disse o comissário Nimio Cardozo, segundo o jornal ABC Color.

A família dele, ao contrário de outras vítimas de sequestro, não se dedica à agricultura ou à criação de gado.

Os sequestradores exigem, para a libertação de Peter, que a família distribua até o dia 13, segunda-feira, US$ 500 mil (o equivalente a R$ 2,8 milhões) em mantimentos para 20 comunidades de vários pontos do país.

O pai do rapaz, David Reimer, leu um comunicado à imprensa, nesta terça-feira, 7, no qual afirma que a família está “recorrendo aos amigos pra juntar (o dinheiro) e poder cumprir com o pedido, mas o tempo é muito curto”, informa o jornal Última Hora.

O SEQUESTRO

O sequestro de Peter Reimer foi no início da noite de segunda-feira, quando ele, outro menonita e dois paraguaios se deslocavam numa caminhonete, na área de uma fazenda no município de Santa Rosa del Aguaray, a 250 km de Assunção.

O carro foi interceptado por um grupo armado, que fez disparos intimidatórios, para o ar. Horas depois, os dois paraguaios e um dos menonitas foi libertado, mas Peter ficou em poder dos sequestradores.

Aos liberados, os captores entregaram cinco panfletos, com características dos que são normalmente utilizados pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP).

PANFLETOS E EXIGÊNCIAS

Num deles, havia a exigência do dinheiro para a libertação do jovem. Outro panfleto destacava que o grupo armado se chama “Comando Comandante Marín López”, em homenagem a um dos integrantes do EPP que foi abatido num confronto com a Força de Tarefa Conjunta.

Segundo o comissário Nimio Cardozo, os homens que foram libertados identificaram dois dos sequestradores em fotos de “membros históricos” do EPP. Mas ressalvou: “Não há confirmação, porque queremos ser suficientemente responsáveis para não gerar desinformação”.

De qualquer forma, a exigência da distribuição de US$ 500 mil em víveres, por parte da família de Peter, revoltou o comissário. “Este grupo terrorista não está cumprindo com sua filosofia de atacar a classe oligarca ou a classe econômica que busca o monopólio, como eles dizem”, relata o ABC Color.

“MATAM POBRES”

O Última Hora acrescentou que o comissário disse, ainda, que “esta gente vive matando pobres, policiais, militares e empregados de fazendas, e agora Peter, que é um funcionário que vive de seu trabalho, é um eletricista. Nem ele nem seu pai têm capacidade econômica para pagar (o resgate)”.

Nimio Cardoso contou que advertiu os familiares de Peter de que atender as exigências dos sequestradores não garante que a vítima volte com vida, porque esses criminosos “não cumprem o que prometem”.

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