Cerca de 400 pessoas lotaram o auditório da Unioeste no sábado, 7, para ver o concerto inaugural da Orquestra Filarmônica de Foz do Iguaçu (OFFI).
Formada por 28 integrantes e regida pelo maestro Juan Ramón Vera González, a orquestra foi criada a partir da iniciativa de um grupo de músicos de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
O concerto inaugural teve duas partes. Na primeira, foram executadas oito peças, incluindo A Primavera, de Vivaldi; Bachiana n.º 4 (primeiro movimento), de Villa-Lobos; e a Quinta Sinfonia (primeiro movimento), de Beethoven.
A segunda parte foi dedicada à apresentação de árias, com participação do Grupo Vocal Canto em Canto, de Foz do Iguaçu.
Algumas das peças exibidas foram Habanera, da Ópera Carmen, de Bizet; O Mio Babbino Caro, da Ópera Gianni Schicchi, de Puccini; e no encerramento, Libiamo, ne´lieti calici (Brindisi), de Verdi.
O concerto inaugural foi organizado a partir de um trabalho voluntário e esforço dos próprios músicos, que se mobilizaram para vender ingressos para amigos e conhecidos.
“Temos que fazer um esforço inicial para mostrar o trabalho”, salienta Juan.
O resultado surpreendeu. Os bilhetes se esgotaram dois dias antes do espetáculo, e o grupo foi bastante ovacionado na exibição inaugural.

Tonalidades latino-americanas
A filarmônica é formada por músicos do Brasil, Paraguai, El Salvador, Venezuela, Cuba e Argentina. Alguns são alunos do curso de Música da Unila.
Graduado em Licenciatura em Regência Orquestral na Argentina, o maestro Juan diz que a ideia de formar uma orquestra em Foz surgiu após inquietações dos próprios músicos quanto à inexistência de uma filarmônica na cidade e à falta de um teatro.
A partir de conversas, Juan, que também é produtor artístico e musical e mentor e fundador da Orquestra Filarmônica Alto Paraná, reuniu músicos profissionais e estudantes e formou o grupo, que começou os ensaios por iniciativa própria.
A ideia, informa, é não apenas colocar na vitrine a música clássica em Foz, mas também fazer cursos, seminários e formar novos músicos.
Segundo ele, é importante que a cidade tenha um espaço próprio para a música clássica em razão da acústica.
No final do evento, os músicos exibiram uma faixa pedindo um teatro para Foz do Iguaçu.
Ensaios em lugares improvisados
Juan conta que o grupo começou a ensaiar em abril do ano passado e peregrinou por vários locais até encontrar uma base provisória na Vila A.
Para bancar as despesas, incluindo a locação do auditório, o grupo conseguiu apoio de algumas empresas locais e arrecadou dinheiro com a venda de ingressos.
Os ingressos foram entregues às pessoas pela própria equipe da orquestra, que se deslocava com veículos pessoais.
Para o concerto inaugural, a orquestra conseguiu somente apoio financeiro do setor privado. Como ainda não tem uma pessoa jurídica, há dificuldades para obter apoio público.
A orquestra planeja, para setembro, uma segunda exibição. A ideia, de acordo com Juan, é trabalhar outros gêneros associados à música clássica, unindo, por exemplo, rock e orquestra.