Bebida que é preferência nacional, o café já foi um vilão do fluxo de contrabando na Ponte Internacional da Amizade. O produto seguia do Brasil para o Paraguai — país que não plantava essa cultura — em grandes carregamentos.
Em maio de 1985, na edição n.º 169, o jornal Nosso Tempo reportou uma grande apreensão na via binacional. Mais ainda: demonstrou a complexidade da dinâmica do contrabando de café, com atritos entre órgãos federais que atuavam na área primária.
Na ocasião, foram retidas 2.400 sacas — até então, a maior apreensão na Ponte da Amizade —, o que correspondia a 1,2 bilhão de cruzeiros, o dinheiro da época. “Por trás, muito mistério, com troca de acusações entre a Polícia Federal e a Receita Federal”, registrou o impresso.
Café e contrabando
A Federal acusou e prendeu dois funcionários da Receita, acusando-os de “acerto” com os contrabandistas de café. Já o órgão aduaneiro rebateu, lançando dúvidas sobre o método e o procedimento dos agentes policiais na ocorrência.
Acusações à parte, o fato é que a mercadoria seguia em quatro carretas, sem as guias do IBC, instituto responsável por emitir as liberações. A carga saiu de Rolândia (PR), com destino ao Café Presidente, antiga empresa do ramo em Foz do Iguaçu — que negou envolvimento com irregularidades.
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