O Museu da Imprensa completa seu primeiro mês de lançamento consolidando-se como fonte ativa de pesquisas e descobertas sobre a história de Foz do Iguaçu, seus fatos marcantes, reivindicações e personagens. O acervo reúne cerca de 20 mil páginas digitalizadas de jornais, revistas e outras publicações, cobrindo o período de 1953 a 2019, com acesso gratuito e online.
- Relíquia de 1953: primeira edição de jornal editado em Foz do Iguaçu
- Mulher paraguaia: jornal retratava a força e os desafios em 1996
- ‘Guerra das Balsas’ na travessia entre Brasil e Argentina afetou o turismo na fronteira
Realizado pela Associação Guatá — Cultura em Movimento, com apoio da Itaipu Binacional, o projeto disponibiliza, nesta primeira coleção, 21 publicações já acessíveis ao público. O material permite uma leitura aprofundada do desenvolvimento do município ao longo de seis décadas, revelando transformações sociais, econômicas e culturais em diferentes momentos históricos.
O acervo percorre desde o contexto anterior às grandes obras estruturantes, como a Ponte da Amizade e a BR-277, até o cotidiano dos moradores, o turismo e o comércio entre Brasil, Paraguai e Argentina. Também registra o antes e o depois da Itaipu, a mobilização e a construção da Ponte Tancredo Neves, a expansão urbana dos anos 1980, o auge e o declínio do “comprismo” e fenômenos sociais típicos da fronteira, como a figura do “laranja”.
Professora e pesquisadora do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Foz do Iguaçu, Paola Stefanutti destaca a relevância do Museu da Imprensa para a preservação da memória local. Ela utilizou o acervo no projeto de extensão Cozinhas de Foz do Iguaçu, ao investigar registros históricos do risoto de frango na imprensa regional e sua adaptação ao contexto iguaçuense.
“O acervo digital é riquíssimo, documenta o cotidiano da fronteira ao longo do tempo, incluindo seus sabores, práticas culturais e memórias alimentares, facilitando significativamente o trabalho de investigação histórica”, avalia. “O museu é uma ferramenta indispensável para pesquisas atuais e futuras sobre a alimentação e a história cultural do município”, complementa.
História na palma da mão
A tecnologia empregada no Museu da Imprensa permite acesso rápido e intuitivo por meio de buscadores da internet, redes sociais ou diretamente no portal. As pesquisas podem ser feitas por termos, datas, capas, fotografias ou leituras sugeridas, com possibilidade de download em PDF, mantendo o formato original e a fidelidade das fontes.
Moradora de Foz do Iguaçu, a taxista Sabrina Schuhz já explora o acervo e relata as primeiras descobertas. “Estou navegando e já encontrei muita coisa interessante. O mais importante é que dá para pesquisar a partir de palavra-chave. É muito legal”, afirma.
Memória compartilhada
Outro objetivo do Museu da Imprensa é dialogar e fortalecer iniciativas comunitárias voltadas à valorização da memória e da história local. Nessa articulação, o memorialista João Thomazi, conhecido por resgatar a contribuição dos trabalhadores que construíram a usina binacional, ressalta: “O Museu da Imprensa nos leva a entender e a conhecer nossa Foz do Iguaçu, com fontes juntas em um só lugar.”
Ele também chama atenção para a dimensão do acervo disponível. “Tem um acervo espetacular que garante conhecer como foi a criação e como está indo seu desenvolvimento. São relíquias que fazem parte e enaltecem o museu”, opina. Thomazi mantém a página “Itaipu Binacional: fotos da usina”, com cerca de 15 mil membros e acesso a 28 mil fotografias e reportagens relacionadas à obra.
Museu da Imprensa de Foz do Iguaçu
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(Com informações da assessoria)
