Empresário que não faz parte da política profissional, com visão de centro-direita e que enxerga na vida pública um meio de melhorar a comunidade. É assim que se define Deoclecio Duarte, palavra mais, palavra menos, que hoje trabalha para pavimentar a candidatura a deputado estadual na eleição de 2026.
Em entrevista ao H2FOZ, afirma que Foz do Iguaçu precisa de voz, representatividade com peso político no Paraná, o que somado ao diálogo com lideranças e representantes da sociedade civil poderá levar à solução de problemas históricos que afligem a população, sendo a saúde pública o maior deles.
“Tenho trabalhado muito a tese de que Foz do Iguaçu precisa aumentar a representatividade e, assim, ter mais peso político para conseguir mais recursos e projetos para a cidade”, expõe. “Imagine se, ao invés de um, chegarem três ou mais deputados junto aos governos estadual e federal com os pleitos da cidade? Veja Cascavel, lá elege quatro deputados estaduais.”
Prioridade: saúde
Se vê a saúde como setor prioritário, afirma que sua plataforma está sendo construída ouvindo a população, a partir da pré-campanha, que vivencia plenamente. Para ele, a cidade deve ser pensada como um polo de um milhão de habitantes, por ser integrada com os municípios da região micro-oeste e das localidades vizinhas da Argentina e Paraguai.
“Os repasses para saúde têm como base a nossa população, por exemplo. Mas atendemos um milhão de habitantes se pegarmos um raio de 50 quilômetros para lá e para cá”, contabiliza. “No Paraguai não tem SUS [Sistema Único de Saúde]. Na Argentina não tem SUS. Nós acabamos absorvendo parte dessa população. Por que não sermos ousados e pensarmos em um hospital binacional, como fizemos nossas pontes?”, propõe Deoclecio.
Às contas
Questionado sobre a viabilidade eleitoral, Deoclecio Duarte argumenta que a direção estadual de seu partido tem uma projeção, baseada no desempenho do pleito anterior, de eleger pelo menos oito representantes na Assembleia Legislativa. E que a linha de corte para a eleição irá variar entre 25 mil e 30 mil.
“Em nossa equipe de planejamento de campanha e com os apoiadores que temos, pretendemos obter esse patamar, no mínimo, 50% desses votos em Foz do Iguaçu e a outra metade nas cidades da região”, revela. “É uma conta razoável, com um bom projeto, equipe e esse nosso compromisso de ouvir, unindo os vários segmentos da sociedade”, aposta.
O itinerário, frisa, será percorrido em dobrada puro-sangue com o deputado federal Fernando Giacobo, cobrindo a Região Oeste. Além disso, o postulante à candidatura de deputado estadual conta que conversa com diversas lideranças iguaçuenses e regionais, a fim solidificar o seu nome à ALEP. As tratativas incluem pesos pesados, como o governador Ratinho Junior e o presidente da Assembleia, Alexandre Curi, ambos do PSD.
Costuras políticas
Indagado se terá o apoio do prefeito Joaquim Silva e Luna, que é seu correligionário, Deoclecio Duarte diz manter amizade com o gestor, fora da política, e que pretende aguardar para ver quais serão os movimentos a partir do grupo que está à frente do Palácio das Cataratas. “Mas estou aberto a todos os apoios que surgirem”, agrega.
Há falta de serviços básicos. É nesse processo que teu tenho vontade de contribuir, melhorar a vida das pessoas e da cidade com que temos relação há mais de 20 anos e que eu e minha família escolhemos para morar.
Quanto a ter sido candidato a vice-prefeito em uma chapa de centro-esquerda no ano passado, juntamente com Airton José (PSB), avalia não haver problemas de estranhamento do eleitorado. “Sairei candidato pelo PL, que vem do PR, partido em que eu fique 21 anos filiado. Não sou radical, converso e respeito pessoas de todos os pensamentos.”
Da experiência eleitoral de 2024, na disputa pelo Avante, argumenta ter recolhido conhecimento da cidade e que o resultado nas urnas foi satisfatório. “Fizemos uma campanha propositiva, em uma disputa polarizada entre dois candidatos fortes, que era o Paulo e Silva e Luna. Recebemos um resultado espetacular, quase 17 mil votos, e a população entendeu que estávamos apresentando um projeto bonito pra cidade.”
Dessas andanças, descreve ter encontrado uma cidade complexa e carente, principalmente nos bairros e periferias. “Há falta de serviços básicos. É nesse processo que teu tenho vontade de contribuir, melhorar a vida das pessoas e da cidade com que temos relação há mais de 20 anos e que eu e minha família escolhemos para morar”, conclui Deoclecio.
Deoclecio Duarte
Nascido em Barracão, no Sudoeste do Paraná, dirige a empresa da família, o Grupo Duma, que atua no Paraná e em Santa Catarina, que estabeleceu vínculos com Foz do Iguaçu na área de serviços, há duas décadas. Há dez anos, Deoclecio Duarte fixou moradia na cidade, com a esposa, Helen, e a filha, Dominique, de 15 anos. Com formação em direito, tem 49 anos.





Já ouvi toda essa conversa antes, vindo da boca de outros políticos que se lançaram como “novidade” e que, no fim das contas, mostraram-se como mais do mesmo.