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Reportagem Especial

Economia

Foz do Iguaçu tem boom de lavanderias: 55 empresas foram abertas em 5 anos

Cidade apresenta hoje 67 lavanderias espalhadas pelo centro e bairros; crescimento se deve em parte à tendência de expansão de autosserviços.

4 min de leitura
Foz do Iguaçu tem boom de lavanderias: 55 empresas foram abertas em 5 anos
Na região central da cidade, uma lavanderia tradicional e uma self-service, lado a lado. Foto: Marcos Labanca
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Foz do Iguaçu vive um boom de lavanderias. Somente nos últimos cinco anos foram abertas 55 empresas do segmento, de acordo com dados do Sebrae.

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Dessas, 21 encerraram as atividades, e 34 estão ativas. No total, hoje a cidade tem 67 lavanderias, segundo levantamento da prefeitura.

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Uma série de fatores explica o crescimento do setor, incluindo a mudança de comportamento da população, tendência de expansão de autosserviços e desenvolvimento econômico de Foz do Iguaçu.

Apesar de haver expansão das lavanderias de autosserviço que funcionam em sistema de franquias, a maior parte das empresas em Foz ainda é do modelo tradicional, diz o gestor de Clientes Empresariais do Sebrae, Felipe Fernandes. 

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De acordo com Fernandes, o crescimento imobiliário da cidade é um dos combustíveis para a abertura das lavanderias. Ele destaca que a vinda de estudantes de medicina para Foz contribuiu para a expansão imobiliária e a consequente procura por autosserviços.

Análise semelhante é feita pela professora da Unila Jacqueline Aslan Souen. Doutora em Desenvolvimento Econômico, ela confirma que a economia de Foz do Iguaçu vem apresentando um crescimento significativo nos últimos anos e tem registrado forte desenvolvimento imobiliário.

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Conforme a professora, muitos apartamentos novos e compactos não possuem espaço adequado para uma área de serviço com máquina de lavar e varal. Por isso, ela ressalta a tendência de elevação que pode ser constatada no movimento do setor de franquias.

Para exemplificar, Jacqueline cita o exemplo da rede de lavanderias self-service Lavô, que inaugura em média uma loja a cada dois dias no país e projeta um crescimento de 40% na Região Sul.

“Esse movimento inclui cidades como Foz do Iguaçu, que já possui duas unidades dessa franquia, a última inaugurada em 2023”, frisa.

Ainda segundo a professora, esse segmento pode ser bastante atrativo como investimento, principalmente o self-service.

Nesse modelo, há possibilidade de obter-se uma renda passiva que não exige a presença constante do proprietário no local. Também há uma operação relativamente simples, com custos operacionais controlados.

Boa parte das lavanderias da cidade funciona no sistema de microempreendedor individual (MEI), cuja movimentação anual não pode ultrapassar R$ 81 mil.

Crescimento do setor não impactou o movimento, diz empresária

A história de Eliete Helena, 53 anos, é marcada pelas lavanderias. Proprietária da Lavanderia Helena, no Libra, ela trabalhou durante seis anos como funcionária no setor até que decidiu abrir a própria empresa.

Atuando há 15 anos como empreendedora, Eliete tem uma lavanderia tradicional e conta que não sentiu queda do movimento com abertura de mais estabelecimentos na cidade. Ao contrário, a procura pelo serviço tem aumentado. Os clientes, relata, são antigos: famílias, jovens, estudantes e pousadas.

Eliete Helena diz que aumento de estabelecimentos teve impacto na lavanderia dela. Foto: Marcos Labanca

Em Foz do Iguaçu, as empresas do ramo estão espalhadas por todas as regiões, incluindo bairros. Algumas, em sistema de autosserviço, oferecem espaço de coworking para os clientes trabalharem enquanto a roupa é lavada.

Nas redes sociais, há muitas propostas de abertura de franquias de lavanderias, no entanto é preciso ficar atento ao custo de investimento e ao retorno financeiro, que não é imediato.  

Setor de serviços em alta

Com base em dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o desempenho econômico de Foz do Iguaçu vem sendo fortemente impulsionado pelo setor de serviços, com cerca de 35% de participação no PIB local, explica a professora Jacqueline.

Em razão da vocação turística internacional, os segmentos de maior dinamismo são justamente aqueles ligados ao turismo.  Com isso, é perceptível crescimento de várias outras atividades, características de áreas urbanas voltadas ao turismo.

As lavanderias se destacam porque precisam atender à alta demanda de troca de enxovais, como toalhas e roupas de cama provenientes de hotéis, pousadas e apartamentos de temporada.

Outro componente que explica a procura é a mudança de comportamento. “A falta de tempo e a busca por praticidade levam as pessoas a terceirizarem certas tarefas domésticas, e o cuidado com as roupas e enxovais é uma delas”, complementa a professora.

Jacqueline ainda lembra que para muitas pessoas, especialmente as que moram sozinhas ou casais sem filhos, utilizar uma lavanderia self-service pode ser mais econômico do que arcar com os custos de energia elétrica, água, sabão, amaciante e manutenção de uma máquina de lavar própria.

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    Denise Paro

    Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br