Vídeo e edição: Marcos Labanca
Professora de escola pública há 15 anos, Aline Torres é antirracista dentro e fora da sala de aula. Como docente, promove a discussão sobre o racismo estrutural no ambiente escolar, incentivando os estudantes em projetos que promovam a reflexão e a ação. Além dos muros escolares, é cidadã e militante por igualdade racial.
ASSISTA:
Para a professora de História, não é possível compreender o país e suas desigualdades atuais sem olhar para o passado escravagista e a dívida que permanece. “Nossa sociedade naturalizou a ausência de pessoas negras em espaços de poder — um reflexo direto da herança escravocrata”, pontua.
Na entrevista, aborda a importância das cotas raciais e a obrigatoriedade do ensino da cultura e da história de matriz africana, o que está longe de ser realidade efetiva. Refaz a sua própria história e conta como se percebeu uma mulher preta e o despertar para a consciência de que deve ser uma agente contra o racismo em tempo integral.
Professora antirracista
A professora Aline insere o dedo na ferida dos privilégios. “Não basta não ser racista, é preciso agir de forma antirracista para enfrentar desigualdades que se reproduzem há séculos. A cor da pele ainda determina quem ocupa os cargos mais precarizados e quem raramente chega às posições de liderança.”
É dessa vivência que nasce o experimento social realizado com estudantes de escolas públicas. A atividade imersiva recria situações de violência simbólica e estrutural, em que cada pessoa faz o percurso da exposição ouvindo xingamentos em um fone. E se depara com imagens que foram instaladas para chocar. E dados, muitos dados, revelam cruamente como as desigualdades e violências afetam a população negra.


