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Reportagem Especial

Sustentabilidade

Vinhos, vodcas e uísques: bebidas apreendidas na fronteira são usadas para produzir álcool

Apreensões são feitas pela RF; ao mês, o equivalente a 30 mil garrafas é destinado à fabricação de álcool líquido e gel

3 min de leitura
Vinhos, vodcas e uísques: bebidas apreendidas na fronteira são usadas para produzir álcool
A maior parte das bebidas apreendidas pela Receita Federal do Brasil (RFB) é enviada à Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), com sede em Guarapuava. Foto: Marcos Labanca
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O que fazer com milhares de mercadorias apreendidas diariamente nas fronteiras brasileiras? Em Foz do Iguaçu, uísques, vinhos, vodcas e outros tipos de bebidas alcoólicas são transformados em álcool líquido e gel por meio de uma parceria com universidades públicas.

Nos últimos anos, somente em Foz do Iguaçu, as apreensões de bebidas alcoólicas ultrapassaram a marca de R$ 1 milhão ao ano, lideradas pelos vinhos argentinos.

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A maior parte das bebidas, apreendidas pela Receita Federal do Brasil (RFB), é enviada à Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), com sede em Guarapuava.

Todos os meses, a alfândega da RFB de Foz do Iguaçu encaminha cerca de 22 mil litros de bebidas à Unicentro, o que corresponde a 30 mil garrafas.

Antes de seguir viagem, as bebidas são desenvasadas e colocadas em galões de mil litros para serem transportadas.

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Na universidade, é feita a transformação de bebidas alcoólicas em álcool. Após a fabricação, o produto é distribuído em escolas públicas, postos de saúde e órgãos públicos da região.

Outro percentual, bem menor, é remetido à Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), onde há uma pequena produção de sabão com álcool e azeite, além do álcool líquido.

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Recentemente, a universidade também começou a produzir velas de citronela artesanais.

vela citronela
Uma parceria com a Unila permite fabricação de velas artesanais com citronela. Foto: Marcos Labanca

Os isqueiros apreendidos também são reaproveitados. O material é triturado, transformado em plástico e posteriormente usado para produzir outros tipos de produtos de plástico.

Recentemente, a RFB começou a fazer almofadas com tecidos apreendidos, a partir de um projeto com o curso de Moda da UDC.

Destinação sustentável

Responsável pelo setor que cuida da destinação sustentável de produtos apreendidos, o servidor Osvaldo Toshio Yamashita enfatiza que a produção junto às universidades segue a lógica da destinação sustentável, a fim de causar o menor impacto possível ao meio ambiente.

A maioria dos produtos reaproveitados não pode ser leiloada, doada ou incorporada para uso no serviço público.

Outros produtos, a exemplo de celulares, eletrônicos e informática, são destinados a leilões e doações e usados em órgãos públicos. A ação ajuda a desafogar o depósito de mercadorias apreendidas.

Há também outros tipos de destino. Os agrotóxicos são queimados em uma incineradora, serviço que é feito por uma empresa especializada.

Já o tabaco do cigarro pode ser transformado em adubo.

Bebidas alcoólicas têm escalada de apreensões

Nos últimos anos, a apreensão de bebidas alcoólicas tem aumentado nas fronteiras, liderada pelo vinho argentino, cujo comércio cresceu nos últimos anos, principalmente a partir da pandemia da covid-19.

Produtor de vinho, o país consegue manter preços competitivos e acaba atraindo uma rede comercial que faz o ingresso irregular da mercadoria no Brasil. Conforme as regras aduaneiras, cada pessoa pode entrar no país transportando até 12 litros de bebidas alcoólicas.

Veja os valores das apreensões:

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Denise Paro

Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br

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