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Saúde

Casos de dengue grave em Foz do Iguaçu crescem na atual epidemia

Doença com sinais de alarme soma 240 registros; Fiocruz identifica ressurgimento de sorotipo 3 no Paraná

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Casos de dengue grave em Foz do Iguaçu crescem na atual epidemia
Hospital Municipal é gerido com recursos públicos - foto: Marcos Labanca/Arquivo
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Os casos de dengue com sinais de alarme e grave aumentaram nesta epidemia em relação às anteriores. Conforme o último boletim divulgado, foram registrados 240 casos, dos quais 213 correspondem à doença com sinais de alarme, e 26, à dengue grave. Apesar de não haver estatísticas disponíveis de outros anos, as equipes de saúde sabem que o crescimento do número de pacientes graves é notório.

No atual ano epidemiológico, iniciado em agosto de 2022, a cidade registrou 11 óbitos, dos quais dois de crianças, 45.363 notificações (casos suspeitos) e 4.908 ocorrências confirmadas. No ano epidemiológico de 2020–2021 foram 1.328 casos confirmados e quatro mortes.

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Erupções e coceiras na pele podem ser indicativos da dengue com sinal de alarme. Já na forma grave ocorrem dores abdominais, náuseas, vômitos persistentes e sangramentos de mucosas, entre outros sintomas, conforme o Ministério da Saúde.

Supervisora-técnica da Vigilância Epidemiológica, Érica Ferreira de Souza diz que vários fatores contribuem para a manifestação do quadro grave da dengue, entre eles o fato de a pessoa pegar a doença mais de uma vez ou ser infectada por um tipo específico de vírus.

Ela esclarece que, apesar da chegada do inverno e de o pico da epidemia ter passado, a doença ainda preocupa na cidade. Por isso é importante as pessoas procurem um serviço de saúde caso apresentem sintomas, para fazer o monitoramento, porque o quadro pode evoluir para dengue grave. “Se teve sintomas, procure uma UBS, jamais se automedique. A dengue não é uma doença simples, é grave e pode levar a óbito”, alerta.

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Sorotipo 3

Uma das preocupações dos epidemiologistas é a presença do sorotipo 3 da dengue no Paraná. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectaram o ressurgimento desse tipo de vírus no Brasil, que há mais de 15 anos não se manifestava. Três casos autóctones ocorreram em Roraima e um no Paraná, diagnosticado de uma pessoa vinda do Suriname.

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A situação preocupa porque o vírus pode provocar epidemias no futuro, pois poucas pessoas contraíram o sorotipo 3, considerando que há tempos essa linhagem não se manifestava no Brasil.

As pesquisas indicam que o sorotipo 3 da dengue chegou às Américas a partir da Ásia, entre 2018 e 2020, introduzida no Caribe. No entanto, não é a mesma que já circulou no Brasil e causou epidemias no começo de 2000.  

O vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.

Causada pela picada do mosquito Aedes aegypti, a dengue pode ser evitada com a limpeza de quintais e o acúmulo de água, o que impede o mosquito de proliferar-se.

Principais sintomas da dengue:

  • febre alta > 38°C;
  • dor no corpo e articulações;
  • dor atrás dos olhos;
  • mal-estar;
  • falta de apetite;
  • dor de cabeça;
  • manchas vermelhas no corpo.  

Fonte: Ministério da Saúde

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Denise Paro

Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br