Dia histórico? Começa aos pouquinhos a vacinação contra a covid-19 no Paraguai

O governo ainda não sabe quando chegarão mais doses de imunizantes, mas tem esperança de que no segundo semestre tudo melhore.

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Exatamente 0,027% dos paraguaios começaram a ser vacinados nesta segunda-feira, 22. Isto é, começou a imunização de 2 mil médicos e enfermeiros que atuam nas unidades de terapia intensiva do país, com a vacina Sputnik V, importada da Rússia. Chegaram 4 mil doses, na sexta-feira (190, mas a imunização completa precisa de duas doses.

Claro que na imprensa paraguaia este foi o grande destaque de hoje. O próprio ministro de Saúde Pública, Julio Mazzoleni, aplicou a primeira vacina numa enfermeira do Hospital Nacional de Itaiguá, Myriam Arrúa.

Em Alto Paraná, o jornal La Clave classificou de “histórico” o dia em que o primeiro alto paranaense, o médico Pablo Cabral, recebeu a vacina anti-covid. Cabral é chefe de Terapias do Hospital Integrado Respiratório, o mais importante de Alto Paraná no atendimento à covid-19.

O médico Pablo Cabral foi o primeiro a ser imunizado, em Alto Paraná. Foto La Clave

REJEIÇÃO À VACINA

Nem todos os 2 mil profissionais da área de saúde com direito a serem os primeiros a receber a Sputnik V quiseram ser imunizados, por desconfiança na vacina russa. Preferem esperar que cheguem ao Paraguai outras “mais confiáveis”, embora a Sputnik V tenha 91,6% de eficácia e esteja em uso em vários países, incluindo Argentina, México, Irã e Hungria, além da própria Rússia. Até o Brasil já está em negociações com a Rússia.

A primeira enfermeira vacinada no Paraguai afirmou: “Eu digo a meus colegas que não tenham medo, que se vacinem. Estamos muito entusiasmados de receber a vacina, mas vamos estar mais tranquilos quando cheguem as doses para toda a população”, disse Myriam Arrúa, conforme o jornal La Nación.

AO LONGO DE 2021

Esta é mesmo a maior preocupação: quando vai chegar um número suficiente de vacinas? O governo não tem ainda uma resposta que dê tranquilidade à população.

O ministro Julio Mazzoleni disse acreditar que, em meados do ano, a porcentagem de imunização poderá melhorar “substancialmente”, e que até o final de 2021 deverá ser vacinada boa parte da população.

Mas ele desconhece quando chegarão mais doses tanto da Sputnik V (o governo acertou a compra de 1 milhão de doses) quanto da AstraZeneca, que virá por meio do mecanismo Covax, da Organização Mundial da Saúde (seriam 4 milhões de doses).

Mazzoleni disse ainda que há outros 130 países que sequer deram o pontapé inicial na vacinação.

O jornal Última Hora lembra que a vacinação começou – mesmo que com este número baixo de imunizados – 13 dias antes de completar um ano do primeiro caso de coronavírus registrado no Paraguai.

SEM VACINAS

Os países na cor branca, no mapa acima, não iniciaram a vacinação, conforme o site Our World in Data. Isso inclui a maior parte da África, alguns países da América Latina, da Ásia Central e do Oriente Médio, bem como do Oriente. Até a Austrália e a Nova Zelândia estão fora da lista dos que receberam vacinas.

Os que aparecem no mapa em azul são os que estão vacinando. Mas o percentual, em relação à população, varia muito. Israel, por exemplo, está na liderança, com 85% da população vacinada, seguido dos Emirados Árabes Unidos (56%) e do Reino Unido (26,8%).

Depois, vêm os Estados Unidos (18,8%), Bahrein (16%), Chile (15%) e Sérvia (14,5%). Os demais estão abaixo de 10%. No Brasil, imunização atinge 3,27% da população; na Argentina, 1,59%. Esses dados incluem apenas a primeira dose. Os índices são mais baixos, pra todos os países, se considerar a imunização completa.

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