O Governo do Paraná declarou estado de alerta em saúde pública para o enfrentamento das síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs). Dados epidemiológicos indicam aumento de 43,17% nos casos de hospitalização por vírus respiratórios no estado.
A Resolução n.º 1.014/2025, publicada por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), detalha medidas que devem ser adotadas pelos municípios para prevenção e controle das doenças.
Além de declarar o estado de alerta, a resolução institui o Plano de Ação Estadual e determina a elaboração de planos de ação municipais. A validade é de 90 dias.
Dados da Sesa revelam que, desde o início do ano, foram confirmados 10.635 casos e 523 óbitos por SRAG hospitalizado no Paraná.
Desse total, 991 ocorrências e 85 mortes são por influenza. Entre as pessoas que morreram, apenas nove haviam se vacinado contra a gripe.
Aumento de internamentos
Segundo a Sesa, o recorte de dados epidemiológicos de 2024 e 2025, da semana epidemiológica n.º 18 (que considera dados a partir de 27 de abril) até a semana n.º 22 (até 31 de maio), indica o aumento de 43,17% de casos hospitalizados — houve um salto de 3.164 para 4.530 por SRAG no estado.
Dos 399 municípios, 55,6% (222) apresentaram casos de SRAG hospitalizado por vírus respiratórios e 6,3% (25) já tiveram ocorrência de óbito.
“Estamos com um momento de muita pressão nas vagas de leitos hospitalares, tanto de enfermaria quanto também de UTIs em todo o estado”, afirma o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.
Na última semana, a Sesa chegou a autorizar abertura de 58 leitos nas regiões de Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa.
Na região de Foz do Iguaçu, a perspectiva é de abrir 25 leitos pediátricos no Hospital Madre Die, em São Miguel do Iguaçu (15 de enfermaria e 10 de UTI infantil).
A medida é necessária para desafogar o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, que registra superlotação.
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Adesão a vacina é baixa
A resolução também reforça a importância da vacinação contra a gripe. Conforme dados do Vacinômetro Nacional, 2.462.215 vacinas foram aplicadas no estado, com cobertura geral de 42,11% entre os idosos, crianças e gestantes. A meta é atingir 90% de cada um dos públicos-alvo.
Entre os vírus que circulam no estado, o predomínio é da influenza. Amostras processadas recentemente pelo sistema Sentinela indicaram que 47,9% (1.267 de 2.643) tiveram resultados positivos para vírus respiratórios.
Dos vírus identificados, 283 foram influenza, e 1.009, outros vírus respiratórios, sendo que 48 amostras apresentaram codetecção.
Além da influenza, a covid-19 também segue como ponto de atenção. Entre 29 de dezembro de 2024 e 31 de maio de 2025, foram notificados 14.600 casos e 94 óbitos de covid-19 em pessoas residentes no Paraná.
A incidência é de 125,9 ocorrências a cada 100 mil habitantes, e a taxa de mortalidade é de 0,81 óbito a cada 100 mil habitantes.
(Com informações da Agência Estadual de Notícias)
