Rádio Clube
H2FOZ
Início » Últimas Notícias » Falta de planejamento na saúde de Foz do Iguaçu compromete combate à epidemia da dengue

Saúde

Falta de planejamento na saúde de Foz do Iguaçu compromete combate à epidemia da dengue

Professor do curso de Saúde Coletiva da Unila, Walfrido Svoboda avalia que é preciso ter profissionais de vários setores trabalhando em conjunto para vencer a doença.

3 min de leitura
Falta de planejamento na saúde de Foz do Iguaçu compromete combate à epidemia da dengue
Walfrido Svoboda: "A gestão está apagando incêndio, enquanto o planejamento tem que estar pensando". Foto: Marcos Labanca/H2FOZ
Publicidade

Foz do Iguaçu vive uma das piores epidemias de dengue da última década. São 30.155 notificações, 2.172 casos confirmados e cinco mortes, conforme o mais recente boletim, divulgado dia 11 de abril. A alta incidência da doença e a ocorrência de casos graves sobrecarregam o sistema público e privado de saúde, levando ao cancelamento de consultas e cirurgias não urgentes. Assista a entrevista em vídeo ao fim da matéria.

O quadro poderia ser evitado se o município trabalhasse com planejamento em saúde. Esse é um ponto crítico da cidade, diz Walfrido Svoboda, professor do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). “O grande nó crítico hoje de Foz do Iguaçu é a falta de planejamento estratégico situacional.”

Svoboda, também professor do Mestrado de Políticas Públicas e Desenvolvimento e do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, avalia que deve existir uma estrutura específica para fazer o planejamento na área da saúde em Foz. Atualmente, os setores de planejamento e gestão estão juntos. “A gestão está apagando incêndio, enquanto o planejamento tem que estar pensando.”

Quando há um trabalho de planejamento, os resultados são notórios. Exemplos podem ser vistos em alguns municípios brasileiros onde o Sistema Único de Saúde (SUS) funciona bem, frisa o professor, tais como: Curitiba, Niterói, Londrina, Campinas e Montes Claros. “Gasta-se o mesmo tanto ou até menos que Foz e tem saúde de altíssima qualidade”, pontua.

Resistência ao fumacê

Outro problema apontado pelo professor é o fumacê, veneno usado para combater o mosquito transmissor, Aedes aegypti, que foi erradicado na década de 1960 no Brasil, porém com o tempo criou resistência em razão do emprego de venenos à base de organoclorado e organofosforado, hoje proibidos por lei. “Não existe erradicar, tem como controlar.” Para ele, é preciso buscar alternativas, porque está havendo resistência aos princípios ativos do veneno.

Por isso é importante a aplicação contínua de medidas preventivas para combater o mosquito, principalmente evitar água parada em pneus ou em cascas de ovos jogados nos terrenos baldios. Também é preciso limpar diariamente potes de água de animais domésticos e não deixar água empoçada com lixo em lajes de residências, como é comum na cidade. “Aqui em Foz, teria que ser proibido casa de laje mesmo com escoamento. Isso é intersetorialidade.”

Svoboda também chama atenção para o grande número de obras abandonadas, que acumulam sujeira e lixo, atraindo mosquitos.

Veja a entrevista em vídeo.

Publicidade

Você lê o H2 diariamente?
Assine no portal e ajude a fortalecer o jornalismo.
Assuntos

Denise Paro

Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br

1 comentário em “Falta de planejamento na saúde de Foz do Iguaçu compromete combate à epidemia da dengue”

  1. Alexandre

    Prefeitura de Foz e planejamento são expressões que não combinam. E isso ocorre há muitas gestões.

Os comentários estão encerrado.