Quem nunca se viu preso em uma fila interminável de carros rumo ao litoral em pleno feriado? Ou então encarou longas horas de estrada até alcançar o sossego das montanhas. O curioso é que, mesmo diante do trânsito, do tempo perdido e do cansaço da viagem, milhões de pessoas continuam escolhendo, quase instintivamente, passar seus dias de descanso em contato com a natureza. Afinal, o que existe por trás desse fascínio e “quem foi que te disse” que ele não pode ser muito positivo?
Episódio 2 do “Quem Foi Que Te Disse?” discute os impactos da escolha profissional na saúde mental
Corpo em movimento, mente em equilíbrio
Corpo nutrido, mente em equilíbrio: o papel do intestino na saúde mental
Quem foi que te disse que pet é só companhia?
“Quem foi que te disse” que ciência e afeto andam em lados opostos?
A bióloga Maelin Silva explica que a resposta está na própria história da humanidade:
“A biologia evolutiva é uma área que venho estudando há alguns anos e que tem relação com a nossa história. Vamos lembrar que é muito recente a nossa realidade enquanto civilização. Antes, nós vivíamos constantemente em ambiente natural. Daí ser muito forte esse imprint genético que nós temos em relação a gostar da natureza.”

Assista o novo episódio:
Ou seja, o desejo de buscar ambientes naturais não é apenas uma preferência individual, mas um traço profundamente enraizado em nossa evolução. Afinal, foi em contato direto com florestas, rios e mares que os primeiros seres humanos se desenvolveram, criando vínculos que permanecem vivos até hoje.
Mas a ligação vai além da herança genética. Estar em meio ao verde também mexe com a nossa percepção de identidade e pertencimento. Maelin reforça: “Nós somos a natureza, e a natureza somos nós, e nesses ambientes naturais nós conseguimos ficar mais reconectados com a nossa própria identidade.”
Esse sentimento de integração explica por que muitas pessoas relatam uma sensação de bem-estar, tranquilidade e até clareza mental ao caminhar em uma trilha, ouvir o barulho do mar ou simplesmente sentar à sombra de uma árvore.

Assim, a busca pela praia, pelo campo ou pela montanha não é apenas uma escolha de lazer, e sim um movimento profundo de reconexão com quem realmente somos.