Pais e responsáveis dão aula de negligência na vacinação da criançada contra a pólio

Equipes da saúde percorrem festas infantis. Para médica infectologista, o temor da vacina anticovid gerou impacto na população 

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Equipes da saúde percorrem festas infantis. Para médica infectologista, o temor da vacina anticovid gerou impacto na população 

A cobertura vacinal contra a poliomielite em crianças até 4 anos de idade é preocupante em Foz do Iguaçu. A imunização, que deveria ser de pelo menos 95%, está em 53%. A campanha, já prorrogada pelo Ministério da Saúde, termina no próximo dia 22.

Não é apenas a baixa adesão à vacina contra a pólio que preocupa os médicos. Outras vacinas voltadas para a faixa etária infantil apresentam baixa adesão, diz a coordenadora do Programa de Imunização, Adriana Izuka.

Além do imunizante contra a poliomielite, a Secretaria de Saúde não conseguiu atingir a meta de 95% em menores de 1 ano das vacinas pentavalente, meningocócica C, pneumo 10, febre amarela e rotavírus. O índice foi atingido somente para as vacinas BCG (contra a tuberculose) e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).

Impacto antivacina

Para Flávia Trench, médica infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), a baixa adesão às vacinas é reflexo de vários fatores, no entanto o temor do imunizante contra a covid gerou impacto em relação aos demais. A procura diminuiu não só na rede pública como também na rede privada.

Segundo Flávia, com o tempo a situação tende a reverter-se por uma ação mais objetiva ou da natureza. “Os vírus e bactérias não têm ideologia. Se uma grande quantidade de pessoas não se vacinar, as doenças e mortes vão voltar”, ressalta.

Campanha na fronteira

Na tentativa de ampliar o público-alvo a ser imunizado, o Ministério da Saúde iniciou uma campanha de vacinação em cidades de fronteira, para todas as faixas etárias, compreendendo a população do Brasil e países vizinhos. Em relação à poliomielite, no Brasil o índice de vacinação está em 62%.

No Paraná, além de Foz do Iguaçu, a campanha está sendo realizada em Barracão e Santo Antônio do Sudoeste, municípios que fazem fronteira com a Argentina, até dia 22. Nesse dia, todas as unidades básicas de saúde (UBSs) de Foz do Iguaçu estarão abertas, das 9h às 15h, para vacinar crianças e adultos.

Estarão disponíveis as vacinas para poliomielite, tríplice viral, covid-19, febre amarela, pentavalente e pneumocócica 10. Na UBS do Cidade Nova, o Rotary Clube estará presente distribuindo brinquedos, pipoca, algodão-doce e gelinho para crianças.

Em razão da campanha, paraguaios e brasileiros que moram no país vizinho têm procurado os postos de saúde de Foz do Iguaçu em busca de vacinas. A iniciativa nas fronteiras é considerada importante para evitar a proliferação das doenças entre a população que circula de um país para outro. O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989.

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