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Remédios para tratamentos

TCE-PR cobra da prefeitura planejamento para cumprir decisões na saúde

Tribunal atende representação do Ministério Público, que aponta falhas da gestão no fornecimento de medicamentos determinados pela Justiça.

3 min de leitura
TCE-PR cobra da prefeitura planejamento para cumprir decisões na saúde
Sede da Prefeitura de Foz do Iguaçu - foto: Carlos Sossa/H2FOZ

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) emitiu recomendações à Prefeitura de Foz do Iguaçu para corrigir falhas no planejamento da saúde pública, especialmente no cumprimento de decisões judiciais relacionadas ao fornecimento de medicamentos e atendimentos médicos. A medida atende representação da 9.ª Promotoria, que relatou um aumento significativo de ações judiciais movidas por cidadãos, Defensoria Pública e Ministério Público devido à indisponibilidade de tratamentos no município.

Segundo a promotoria, a gestão não tem adotado medidas preventivas nem realizado processos licitatórios adequados para atender às demandas judiciais, descumprindo o princípio da eficiência. A dificuldade recorrente no cumprimento das ordens da Justiça tem resultado em bloqueios e sequestros de recursos das contas municipais, o que afeta diretamente os usuários do sistema público.

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Em resposta, a prefeitura afirmou que vem investindo em políticas de saúde e se esforçando para atender as decisões judiciais, mas destacou que não pode ser obrigada a fornecer medicamentos fora de sua competência ou não incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Análise

O relator da representação, conselheiro Fabio Camargo, classificou a situação como grave, apontando que a multiplicação de ações judiciais demonstra desassistência à população e falta de planejamento, o que indica falha sistêmica na gestão. Ele destacou que a priorização dos pacientes que recorrem à Justiça gera distorções no acesso às políticas públicas e prejuízo à coletividade.

TCE cobra prefeitura

Camargo também classificou o descumprimento de decisões judiciais como “grave afronta ao princípio da legalidade” e lembrou que bloqueios judiciais acabam elevando os custos da saúde, já que o município paga valores superiores aos que seriam obtidos via licitação.

Recomendações

O TCE-PR aprovou, por unanimidade, recomendações para que o município:

  • levante o número de processos judiciais envolvendo pedidos de medicamentos e procedimentos;
  • identifique os fatores que levam às ações;
  • mapeie os itens mais frequentemente demandados;
  • utilize o sistema de Registro de Preços para demandas previsíveis, evitando compras emergenciais ou bloqueios judiciais.

A decisão foi tomada na Sessão de Plenário Virtual nº 20/25 e consta no Acórdão nº 2989/2025, publicado em 5 de novembro. A prefeitura ainda pode recorrer.

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    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.