Dados divulgados nessa quinta-feira (24) pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública colocam Foz do Iguaçu entre os municípios brasileiros com mais casos de estupro e estupro de vulnerável. A cidade ocupa a 40.ª posição no ranking nacional, de acordo com as estatísticas coletadas em 2024.
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Foz do Iguaçu registrou taxa de 66,7 casos de estupro para cada cem mil habitantes. Esse índice, por sua vez, está 61,8% acima da média nacional, que atualmente é de 42,2 por cem mil habitantes. O dado supera também a média estadual do Paraná (64,7).
O Anuário de Segurança Pública considerou cidades brasileiras com mais de cem mil habitantes. De acordo com o último censo do IBGE, aproximadamente 300 municípios se enquadram nesse perfil populacional. Esta é a primeira vez que Foz do Iguaçu figura entre as 50 cidades com mais registros de estupro, sinalizando um alerta para a segurança local.
No topo do ranking, Boa Vista (RR) lidera com uma taxa de 132,7 ocorrências a cada cem mil habitantes. Logo após aparecem Sorriso (MT) e Ariquemes (RO).
Situação do Paraná
Embora o Paraná não seja o estado com a maior taxa de estupros por habitante — posto ocupado por Roraima, Acre e Rondônia —, ele lidera em número de municípios entre os 50 mais afetados.
Além de Foz do Iguaçu, outras 11 cidades paranaenses aparecem na lista:
- Araucária (11.ª posição);
- Francisco Beltrão (14.ª);
- Colombo (16.ª);
- Piraquara (21.ª);
- Ponta Grossa (22.ª);
- Toledo (24.ª);
- Guarapuava (28.ª);
- Fazenda Rio Grande (30.ª);
- Almirante Tamandaré (32.ª);
- Campo Mourão (39.ª);
- Paranaguá (41.ª).
Realidade nacional
Em 2024, o Brasil bateu um recorde histórico de casos de estupro e estupro de vulnerável no país. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que as autoridades contabilizaram 87.545 vítimas no ano passado, mais que o dobro do total registrado em 2011, quando o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) começou a acompanhar a série histórica.
As autoridades definem estupro como a prática de conjunção carnal ou ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça. Em 2024, os registros indicam 20.350 casos desse crime, o que representa um aumento de 0,8% em comparação a 2023.
No caso de estupro de vulnerável, as vítimas sofrem os mesmos atos, porém sem a necessidade de violência física ou ameaça direta, devido à incapacidade de consentimento — situação que atinge especialmente menores de 14 anos ou pessoas com deficiência. No ano passado, as autoridades registraram 67.204 casos nessa categoria, um crescimento de 1% em relação ao ano anterior.