Os drones se tornaram um importante aliado no combate ao crime na tríplice fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina. Dados da Receita Federal (RF) indicam que, entre janeiro e outubro deste ano, cerca de R$ 40 milhões em mercadorias e entorpecentes foram apreendidos com apoio das aeronaves remotamente pilotadas.
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O levantamento foi feito pela Divisão de Bagagem (Dibag), por meio do Setor de Inteligência e Operações Aéreas. Os dados ainda revelam que também foram presas 15 pessoas, apreendidas cinco armas e dez veículos, e identificados 20 depósitos utilizados por organizações criminosas.
Para as ações anticontrabando, foram utilizados seis modelos diferentes de aeronaves:
- Mavic 3 Pro (aposentado, incorporação própria);
- Matrice 300 RTK (em operação, Itaipu);
- Matrice 4T (em operação, Itaipu);
- Mavic Mini 4 Pro (em operação, incorporação própria);
- Mavic 4 Pro (em operação, incorporação própria);
- Avata 2 (em operação, incorporação própria).
As aeronaves permitiram atuação dos servidores em áreas urbanas, rurais e de fronteira, especialmente no entorno da Ponte da Amizade, Ponte da Integração e Ponte Tancredo Neves.
Segundo a RF, o uso dos drones de monitoramento, aliado ao acompanhamento em tempo real das áreas sensíveis, ampliou a capacidade de vigilância e precisão das equipes.
A tecnologia permitiu identificar movimentações suspeitas, orientar deslocamentos e otimizar o tempo de resposta das unidades em solo, resultando em ações mais eficientes e coordenadas, dizem os servidores do órgão.
Drones fizeram 220 voos
Entre janeiro e outubro, foram realizados 220 voos de ISR (intelligence, surveillance and reconnaissance), com coleta de imagens, dados térmicos e registros georreferenciados que subsidiaram operações conjuntas, missões noturnas e análises estratégicas.
O trabalho também permitiu compor uma base histórica de inteligência aérea aplicada ao combate a ilícitos transnacionais.

Para a RF, os resultados refletem a eficácia do uso de plataformas aéreas de vigilância em missões de inteligência e monitoramento nas áreas próximas às três pontes que conectam o Brasil ao Paraguai e à Argentina.
Isso significa, segundo a RF, o avanço do emprego estruturado de drones e sensores inteligentes e reforça a importância da combinação entre tecnologia, análise de dados e ações operacionais no fortalecimento da fiscalização aduaneira.
O modelo adotado pela Alfândega de Foz do Iguaçu vem consolidando-se como referência no combate a ilícitos transfronteiriços.
O trabalho com as aeronaves foi feito sob supervisão do CCO/Dibag, com chefia da Dibag do auditor fiscal Daniel Messias Linck e responsabilidade técnica do analista tributário Bruno “Carcará” de Oliveira.
Alinhamento operacional
As atividades foram desenvolvidas em alinhamento com o Centro de Comando Operacional (CCO) e integradas à Muralha Inteligente, ampliando a precisão e a eficiência das ações de fiscalização.
A iniciativa com as aeronaves foi desenvolvida em cooperação com diversas forças policiais e unidades especializadas da fronteira. Entre elas: Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho (Direp); Centro de Operações Aéreas da Receita Federal (Ceoar); e Pelotão de Choque do 14.º BPM/PR.
Também integram as forças de segurança a Rondas Ostensivas Táticas Móveis (Rotam), do 14.º BPM/PR; a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO); a P2 do 14.º BPM/PR, além da Polícia Federal, por meio da Delegacia Fazendária e do Grupo de Pronta Execução (GPE). O Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), da PM, também participou do esforço conjunto, reforçando o trabalho em campo.
(Com informações da assessoria de comunicação da RF)


