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Paraná irá alugar 300 câmeras corporais para policiais militares

As bodycams serão utilizadas nas fardas para testes durante um ano; letalidade policial registra alta em Foz do Iguaçu e no estado.

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Paraná irá alugar 300 câmeras corporais para policiais militares
Valor da licitação é de R$ 8 milhões - foto: Divulgação/PMPR

A Secretaria de Estado da Segurança Pública anunciou licitação, no dia 27 de abril, para a locação de 300 câmeras corporais, a serem empregadas nas fardas de agentes da Polícia Militar do Paraná (PMPR). O equipamento será usado em período de testes durante um ano.

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Na avaliação, as chamadas bodycams vão ser usadas por agentes da segurança pública da PMPR de todo o estado. O objetivo é analisar a viabilidade para a sua aplicação permanente no policiamento ostensivo.

O valor da contratação é estimado em R$ 8 milhões. A empresa vencedora será responsável pela coleta e armazenamento de evidências por meio da Câmera Operacional Portátil. Fará, ainda, o treinamento para manuseio dos equipamentos, manutenções e atualizações tecnológicas.

“Assim como já acontece em outros estados, o Paraná também está preocupado em viabilizar a aplicação de novas tecnologias, que auxiliarão no trabalho do policial militar”, disse o comandante-geral da PMPR, coronel Sérgio Almir Teixeira. “O teste das câmeras corporais será muito bem-vindo pela corporação”, frisou.

Outras experiências

As câmeras corporais visam a monitorar as ações de policiais nas ruas. Em São Paulo, por exemplo, a iniciativa já vem sendo realizada, a fim buscar reduzir a violência policial e estabelecer acompanhamento visual das intervenções.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do final do ano passado, mostra que o equipamento contribui para diminuir a letalidade policial. “O uso das câmeras evitou 104 mortes e teve um impacto positivo, ajudando a reduzir em 57% o número de mortes decorrentes de ações policiais”, reportou a Agência Brasil.

Letalidade policial

Reportagem exclusiva do H2FOZ mostrou que as chamadas “mortes em confronto” com policiais no Paraná tiveram uma escalada de 97% nos últimos oito anos. Em Foz do Iguaçu, o aumento foi de 144% no triênio 2020–2022.

Os dados da letalidade policial são do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), unidade do Ministério Público do Paraná. O órgão tem o papel de acompanhar a ocorrência desse tipo de violência.

No município, 22 pessoas morreram em confrontos com policiais durante o ano de 2022, de acordo com o GAECO. Foram 9 e 12 óbitos, respectivamente, nos anos de 2021 e 2020. No Paraná, as mortes em confronto foram 489 em 2022.

Os números colocam Foz do Iguaçu como a segunda mais letal entre as cidades do interior, atrás apenas de Londrina, que registrou 50 vidas perdidas nessas ocorrências. Setores da polícia preferem referir-se a essas mortes como “letalidade criminal”.

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    Assuntos

    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.