Passeio no Marco das Três Fronteiras desperta sentimentos e vivências

Visitantes descrevem o fascínio e a magia da experiência no lugar que é ponto de encontro de moradores e turistas.

O Marco das Três Fronteiras acaba de celebrar mais uma conquista, ao receber o título de Patrimônio Cultural de Foz do Iguaçu. O reconhecimento oficial pelo poder público reflete o que diariamente leva moradores e turistas ao atrativo, a cultura, a história e a natureza, referências que ganham o tempero fronteiriço com a gastronomia.

O Marco, como é carinhosamente chamado, é considerado um dos atrativos mais diversificados da região trinacional. Revitalizado em 2015, apenas quatro anos depois já atingiria o seu primeiro milhão de visitantes, consolidando-se atualmente como um dos pontos turísticos mais procurados em Foz do Iguaçu.

No espaço, fluem sotaques e culturas. Além de moradores da cidade, da região e de brasileiros de todos os estados, o Marco das Três Fronteiras já recebeu turistas internacionais de mais de 200 países, coroando uma história que começou em 1903, antes mesmo da fundação de Foz do Iguaçu, quando o obelisco demarcatório da fronteira foi erguido.

Apresentações culturais diárias retratam a cultura e a história da região – foto: Marcos Labanca

O passeio completo convida o visitante a respirar o ar puro da mata exuberante e a contemplar dois dos maiores rios brasileiros, o Iguaçu e o Paraná, que se encontram no Marco para seguir a sua viagem. Às 18h30, pontualmente, começam as apresentações culturais que contam a história da região, incluindo a lenda indígena da criação das Cataratas do Iguaçu.

O anúncio dos shows coincide com outra maravilha, o pôr do sol, espetáculo natural com vista singular do atrativo. E há duas opções de gastronomia, na praça, com lanches e bebidas, e no Restaurante Cabeza de Vaca, com uma variedade de sabores da Argentina, Brasil e Paraguai, bem como caipirinha, vinhos e cerveja local, a Yaguareté, nome para onça-pintada.

No Marco, a melhor vista da segunda ponte do Brasil com o Paraguai – foto: Marcos Labanca

“O Marco me fascinou”

Acostumada a belas paisagens por ser de Florianópolis (SC), a assistente financeira Pryscilla de Oliveira, 45 anos, usou o termo junção de países e pessoas para explicar o diferencial do Marco das Três Fronteiras, devido à geografia e ao encontro de nacionalidades. E incluiu o pôr do sol e a natureza próprios do lugar entre os encantos da sua visita.

“O Marco das Três Fronteiras me fascinou”, contou Pryscilla, de Florianópolis – foto Marcos Labanca

“Me fascinou. É muito bonito, uma experiência muito válida”, descreveu. “São brasileiros de todas as regiões e turistas do mundo inteiro. O que sinto aqui é uma força, uma união de povos e nações contemplando a natureza e a história não só de Foz do Iguaçu e do Brasil, mas da fronteira, da Argentina e Paraguai”, contou Pryscilla, durante o passeio com o esposo, Rafael.

Um lugar, três países

De Lima, no Peru, em sua segunda viagem pelo Brasil, Claudia Trujilo, 49 anos, inseriu o Marco das Três Fronteiras no roteiro. A assistente administrativa e o marido, Manuel, haviam viajado pelo país quando o filho Joaquim tinha 6 anos. Agora ele tem 12, e o casal resolveu voltar para poder comparar as vivências.

A família do Peru apreciou os encantos do atrativo na fronteira trinacional – foto: Marcos Labanca

Imediatamente, retratou o sentimento ao visitar o Marco: “Lindo. Fantástico!” Afirmou querer voltar e considerou o atrativo organizado e os preços acessíveis. Não haveria de ser diferente, deu destaque para convergência entre Argentina, Brasil e Paraguai. “É importante conhecer um pedaço de cada país latino-americano. Aqui temos três em um só lugar.”

Cultura e história

A fotógrafa Juliana Nava e o publicitário Caio Bandeira são do Rio de Janeiro. Na viagem dos namorados, ela foi a responsável por incluir o Marco das Três Fronteiras, atrativo que já visitara outras duas vezes. No olhar dos jovens, de 24 e 28 anos, ressoam a cultura, a história e a gastronomia.

“É um ponto turístico de Foz do Iguaçu, por isso quis trazer meu namorado para ele conhecer”, expôs. “Como sou do Rio, não tenho muito contato com essa diversidade. O Marco nos traz a cultura dos três países, nos aproxima da Argentina e Paraguai. É um lugar diferente, não conheço outros assim, por isso adoro”, enfatizou Juliana.

Os namorados Juliana e Caio destacaram a cultura, a história e a diversidade – foto: Marcos Labanca

Um lugar de descobertas, referiu-se Caio. “Por ser histórico, é uma visita obrigatória. Se iguala muito a questões que são o meu foco em viagens, como conhecer culturas, as particularidades de cada lugar do Brasil, isso tem um peso grande para mim, além da beleza natural e da gastronomia”, pontuou.

Guia e memórias afetivas

Guia profissional da MMC Turismo, João Carlos Mousquer disse ser especial conduzir visitantes no Marco das Três Fronteiras. “Tem uma energia muito positiva. É um lugar em que o turista sai sorrindo, feliz, adorando o passeio”, revelou, a partir dos inúmeros feedbacks que recebe e também pela felicidade que testemunha no rosto dos viajantes.

Para ele, o atrativo contribui fortemente para o desenvolvimento do turismo de Foz do Iguaçu e da região trinacional. Enfatizou a visitação de moradores, bem como a mudança resultado da revitalização do espaço, em 2015. Antes, opinou, havia só o monumento. Atualmente, há um conjunto de atrações, como o show que resgata, conta e promove a história da região.

João Carlos, guia de turismo: “O Marco tem uma energia muito positiva” – foto: Marcos Labanca

Aos 64 anos, o guia de turismo mencionou ter uma ligação ainda mais forte com o atrativo, ligado à memória afetiva. Em sua infância, dos 6 aos 12 anos, morou com a família no Marco das Três Fronteiras. Isso porque seu pai veio do Rio Grande do Sul para trabalhar na madeireira que funcionava onde hoje está instalada a roda-gigante.

“Passei a minha infância aqui. Vinha brincar no Marco quando só havia o obelisco”, reviveu com emoção. Na época, havia uma vila para a moradia dos trabalhadores. Próximo ao monumento das Três Fronteiras, um deslizador fazia o madeirame descer o barranco até chegar aos barcos no rio.

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