Em rara declaração de uma autoridade federal argentina sobre o tema, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, reconheceu que as filas para entrada e saída do país, na aduana de Puerto Iguazú, provocam perdas para a economia.
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Na última terça-feira (25), em Buenos Aires, Bullrich participou do anúncio de criação da Agência Nacional de Migrações. A entidade, conforme a ministra, atuará como uma espécie de “polícia migratória”, com o objetivo de combater a imigração ilegal.
Patricia Bullrich permanecerá no cargo somente até a primeira quinzena de dezembro, pois assumirá uma cadeira no Senado da Argentina. Entretanto, instruiu a sucessora para que priorize situações como a resolução das filas na fronteira com o Brasil.
“A Argentina perde uma quantidade de oportunidades, porque as pessoas que vão para Foz do Iguaçu ou Ciudad del Este não atravessam para Puerto Iguazú, não consomem em Puerto Iguazú, não trabalham e nem geram atividades turísticas”, observou.
Conforme Bullrich, com a criação de uma força especializada para o controle migratório nas fronteiras e aeroportos, o país poderá ter “um fluxo de entrada cada vez mais rápido”.
“A situação de Puerto Iguazú é muito séria, porque as demoras, em alguns casos, se estendem por horas”, reconheceu. “As cidades vizinhas estão crescendo, e Foz do Iguaçu terá um museu internacional. A Argentina precisa posicionar-se à altura.”
A Agência Nacional de Migrações estará subordinada ao Ministério da Segurança. O contingente inicial da entidade, de acordo com o governo argentino, estará composto por servidores oriundos de outras repartições estatais.
Para 2026, a Argentina prevê, entre outras medidas, a instalação de pórticos para verificação automática de documentos na aduana de Puerto Iguazú.

