Representantes de três cidades da Argentina na fronteira com o Brasil participaram, na última quinta-feira (10), de uma reunião para cobrar, das autoridades do país, o fim das longas filas para entrada ou saída do território argentino.
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De acordo com o jornal El Territorio, o encontro ocorreu em Montecarlo, com a participação de autoridades de Bernardo de Irigoyen, San Antonio e Andresito.
As referidas cidades possuem ligações terrestres, respectivamente, com Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão, Santo Antônio do Sudoeste, e Capanema.
Walter Feldman, presidente do Comitê de Desenvolvimento Territorial de Bernardo de Irigoyen, disse que as filas nas aduanas argentinas prejudicam a integração.
“A problemática é generalizada: o trânsito migratório, os tempos de espera, as demoras e a falta de capacidade para agilizar os trâmites”, descreveu. “Buscamos promover melhorias e aplicar uma lógica de maior funcionalidade nas travessias.”
As propostas do grupo incluem, tal como defendido por lideranças de Puerto Iguazú, tirar a fiscalização migratória argentina da cabeceira das pontes.
Assim, turistas e moradores locais circulariam de forma mais livre entre as cidades da fronteira, beneficiando a economia e a integração.
Flexibilização das regras
A pauta também inclui a flexibilização das regras para quem visita apenas as cidades fronteiriças e permanece menos de 24 horas na Argentina ou no Brasil.
“O Brasil aplica uma normativa do Mercosul que permite que os argentinos entrem e circulem até 60 quilômetros, sem fazer o trâmite migratório. A Argentina não faz isso, tem uma legislação diferente. Isso entorpece a entrada de brasileiros, bem como a saída de argentinos”, avaliou Feldman.
De acordo com o grupo, uma nova reunião já está agendada, dessa vez com a participação de autoridades provinciais.
O governador Hugo Passalacqua e o presidente do Legislativo de Misiones, Óscar Herrera Ahuad, manifestaram interesse no tema. A decisão, contudo, depende apenas do governo federal argentino, que, historicamente, tem postura contrária a flexibilizações.