Reservas biológicas

Quem visita as Três Fronteiras tem a oportunidade de conhecer o maior conjunto de áreas protegidas de Floresta Atlântica do Cone Sul. Num raio de 300 quilômetros, partindo de Foz do Iguaçu, há um verdadeiro corredor verde formado por 1,1 milhão de hectares de reservas, parques, refúgios, rios e lagos.

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Quem visita as Três Fronteiras tem a oportunidade de conhecer o maior conjunto de áreas protegidas de Floresta Atlântica do Cone Sul. Num raio de 300 quilômetros, partindo de Foz do Iguaçu, há um verdadeiro corredor verde formado por 1,1 milhão de hectares de reservas, parques, refúgios, rios e lagos.

Essa área, que tem três parques nacionais como referência, é cortada pelos rios Paraná e Iguaçu, além do lago de Itaipu, e sua proteção é garantida por medidas conservacionistas da Itaipu Binacional e dos governos dos três países. Detalhe: a maior parte desta área foi colocada sob proteção da lei somente a partir da década de 80.

Em números gerais, são 270 mil hectares protegidos no lado brasileiro, 350 mil hectares no lado paraguaio e 482 mil hectares no lado argentino. Brasil e Paraguai protegem em conjunto uma área de 1,3 mil hectares no Lago de Itaipu.


 

Parque Nacional do Iguaçu

Tombado pela Unesco como patrimônio natural da humanidade em 1986, o segundo Parque Nacional mais antigo do Brasil e o maior fora da Amazônia estende-se por uma área de 185 mil hectares, embora seu valor ambiental e a beleza das paisagens vistas ali o façam um patrimônio sem fronteiras.

Não é à toa que o parque é considerado a maior reserva de floresta pluvial subtropical do mundo. No interior do Parque Nacional do Iguaçu há milhares de animais, muitos deles ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o jacaré-de-papo-amarelo, bem como 350 espécies de aves, algumas bem raras, como a jacutinga, o gavião harpia e o papagaio-de-peito-roxo.

A flora também é bastante diversificada. Há espécies que chegam a atingir 30 metros de altura, como a timbaúva, o cedro, a peroba e os ipês, além das delicadas orquídeas e bromélias.

Exemplo de coexistência da exploração com turística com a preservação ambiental, esse fantástico ecossistema deixou de ser propriedade de poucos e passou à responsabilidade de todos em 1939, pelas mãos do ex-presidente Getúlio Vargas.

Parque Nacional da Ilha Grande

O Parque Nacional da Ilha Grande é constituído por 158 ilhas e ilhotas fluviais que somam 79 mil hectares e encontra-se no último trecho livre de represamento do rio Paraná, em território brasileiro. É um ambiente único no mundo, caracterizado com área ecotonal.

A preservação dessa área é uma luta de longa data dos ambientalistas do noroeste paranaense. O parque estende-se desde a cidade de Guaíra até a foz do rio Amambaí no Mato Grosso do Sul e do rio Ivaí no Paraná. O parque está localizado em áreas das cidades de Guaíra, Altônia, São Jorge do Patrocínio, Vila Alta e Icaraíma, no Paraná ¬– e Mundo Novo, Eldorado, Naviraí e Itaquiraí, no Mato Grosso do Sul.

A área, unida à faixa de mata que envolve o reservatório da usina, forma o Corredor de Biodiversidade, que permite aos animais silvestres de Ilha Grande alcançar a principal reserva florestal do Paraná, o Parque Nacional do Iguaçu, e vice-versa.

O contato entre os animais de diferentes reservas, distantes entre si, evita a degeneração genética causada pelo excessivo acasalamento de indivíduos da mesma família – a chamada consangüinidade.

Refúgio Biológico Bela Vista

O Refúgio Biológico Bela Vista é uma das sete unidades de preservação permanente da Itaipu Binacional. Com 1.900 hectares, tem como objetivos a proteção à flora e à fauna; a realização de pesquisas (flora, fauna e aqüicultura); a recuperação de áreas degradadas; paisagismo; a reprodução de animais; educação ambiental; a produção de mudas e a qualidade no abastecimento de água para a cidade de Foz do Iguaçu.

O viveiro florestal produz em média 900 mil mudas/ano de 80 espécies nativas diferentes. Estas mudas são plantadas na usina e na faixa de proteção e são doadas para prefeituras.

O programa faunístico foi iniciado em 1977, com a realização do primeiro inventário dos animais existentes em parte da área que seria inundada, nas margens esquerda e direita do rio Paraná.

Durante a formação do lago, ocorrida entre outubro de 1982 a fevereiro de 1983, inúmeros animais foram resgatados, através da operação conhecida por Mymba Kuera, onde parte dos animais foram destinados a instituições de pesquisa como Instituto Butantã e outros foram soltos em reservas e refúgios biológicos criados para preservar a biodiversidade da região em ambas as margens do reservatório.

O criadouro de animais foi constituído em 1987, onde existem 70 recintos que somados a um quarentenário e ao setor extra, são capazes de alojar cerca de 300 animais. Em sua existência, nasceram mais de 500 animais silvestres de 39 espécies.

Os trabalhos desenvolvidos no criadouro dão prioridade à reprodução de espécies ameaçadas de extinção, garantindo assim a perpetuação da fauna silvestre, prejudicada pela intensa modificação do seu habitat.

Criadas para preservar a flora e fauna da região, estas áreas, principalmente as localizadas na margem direita, destacam-se pelo seu potencial genético. Servem ainda à realização de estudos pioneiros, atividades de educação ambiental e apoio às demais ações da entidade na área sócio-ambiental.

Em 2002, o Refúgio Biológico Bela Vista foi totalmente reformado. A revitalização está fundamentada nos conceitos de arquitetura verde e eficiência energética, utilizando as seguintes estratégias: captação e uso racional de água; captação e uso racional de energia; redução do uso de materiais de construção; seleção de materiais menos impactantes ao meio ambiente; maximização da durabilidade da edificação e minimização de perdas e reutilização de materiais em geral.

Refúgio Biológico de Santa Helena

Um porto seguro e de passagem para as 44 espécies de mamíferos, 305 de aves e 37 de répteis que vivem nas reservas em torno do lago Itaipu. Trata-se do refúgio de Santa Helena, de 1,5 mil hectares, que se transformou numa ilha com a formação do reservatório.

Próximo a cidade do mesmo nome, o refúgio abriga ainda uma enorme variedade de flora, em especial, uma área de 30 mil metros quadrados de orquídeas. E ainda um sistema viário de 44 quilômetros, um canal de isolamento de 300 por 10 metros, uma torre de vigilância de 42 metros e uma casa para guarda-parque fora da área de refúgio.

Em 1998, a Itaipu e a prefeitura de Santa Helena celebraram convênio para execução do plano de manejo do refúgio. Nos anos anteriores, entre 1981 e 1987, a Itaipu já havia plantado 640 mil mudas na reserva. A partir de 98, a prefeitura passou a receber os royalties ecológicos por desenvolver o plano de manejo do refúgio.

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