Em vistoria realizada nesta sexta-feira, 12, nas obras da Perimetral Leste, em Foz do Iguaçu, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) identificou problemas que representam riscos à segurança viária dos motoristas.
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Segundo o DNIT, entre os principais problemas estão ausência de sinalização de preferências nos acessos da via e de saída dos viadutos, inclusive nos entroncamentos com as BR-277 e BR-469, falta de iluminação e permissão inadequada de ultrapassagem (veja abaixo).
A situação foi agravada em razão da retirada das barreiras de concreto que anteriormente impediam a circulação de veículos, principalmente aquelas colocadas no acesso à rodovia, conforme o órgão de transporte. A vistoria, feita das 10h às 12h, foi acompanhada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O DNIT sugere que o Ministério Público Federal (MPF) tome ciência para fechar os acessos ao trecho, bem como agir para “correção das inconformidades e a realização de nova vistoria para eventual liberação”.
A rodovia de 15 quilômetros, que liga a Ponte da Integração à BR-277, foi inaugurada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) nessa quinta-feira, 11. Na ocasião, ele liberou a obra para o trânsito de veículos e afirmou que a liberação do fluxo é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
Relatório elenca sete pontos críticos
Em relatório da vistoria conjunta, o DNIT e a PRF enfatizam que a liberação da via feita pelo Governo do Estado do Paraná está em desacordo com as orientações do órgão de transporte.
No documento, os órgãos elencaram uma série de problemas ao longo da via, listados abaixo na íntegra:
- ausência de sinalização de preferência nos acessos e conexões com a malha viária adjacente, comprometendo a hierarquia de circulação e aumentando o risco de colisões graves;
- inexistência de sinalização informativa de saídas nos acessos e saídas dos viadutos, inclusive nos entroncamentos com as BR-277 e BR-469, gerando perda de acessos, manobras irregulares de retorno e de circulação em contramão por parte dos usuários;
- sinalização vertical de advertência e regulamentação insuficiente ou inexistente, impossibilitando condições mínimas de operação segura no trecho;
- falta de dispositivos de proteção como atenuadores de impacto, guarda-corpo, guarda-rail e barreiras New Jersey em locais onde são obrigatórios pelas normas técnicas, aumentando a severidade potencial dos acidentes do tipo saídas de pista;
- permissão inadequada de ultrapassagem em curvas e aclives sem campo visual seguro, induzindo o condutor ao erro e gerando riscos graves de colisões frontais/fatais;
- presença de maquinários e resíduos de obra ao longo da faixa de domínio, evidenciando que os serviços ainda não foram concluídos e introduzindo novos riscos aos usuários;
- ausência de iluminação ao longo dos 15 km vistoriados representando um fator crítico para a segurança viária, especialmente no período noturno, pois reduz significativamente a visibilidade dos condutores e aumenta o risco de acidentes, atropelamentos e ocorrências criminais.
A inexistência de pontos de luz também dificulta a atuação das equipes de fiscalização e atendimento de emergência, prejudicando a fluidez e a segurança do tráfego, conforme o relatório.
O relatório é assinado por Andressa Regene da Silva, chefe da Delegacia da PRF, e Rafael Vieira dos Reis, chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização. O relatório reitera que a liberação do fluxo de veículos sem a prévia aprovação do DNIT e PRF contraria a legislação vigente em especial o Código de Trânsito Brasileiro.



