Educação Ambiental, mesmo que por decreto

É urgente que a população brasileira tenha acesso a um amplo programa de Educação Ambiental, para que o cuidado com o meio ambiente seja de responsabilidade coletiva

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Por AIDA FRANCO LIMA | OPINIÃO

A pauta ambiental voltou para o noticiário. Assim que foi empossado para o seu terceiro mandato, o presidente Lula assinou decretos que reestabelecem o mínimo de coerência em torno das questões ecológicas.

Na verdade, essa temática estava na mídia desde os primeiros dias do governo ex-presidente Bolsonaro, , quando o mesmo cumpriu sua promessa de não demarcar um centímetro de terra a indígenas. E, entre seus primeiros atos, exonerar da chefia, o funcionário do IBAMA José Olímpio Augusto Morelli, que havia multado, em 2012, o então deputado Bolsonaro, por pesca em área protegida na Estação Ecológica de Tamoios – RJ.

Entre os decretos assinados no primeiro dia do ano do presidente Lula, está a reorganização do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, com o retorno de membros da sociedade civil e a retomada do Fundo Amazônico. São cerca de 3,5 bilhões de reais, sendo 90% do montante destinado pela Noruega, que serão descongelados e investidos junto a população das florestas, para que possam ter rendimentos, deixando a mata em pé.

Mas não basta que apenas o Governo Federal demonstre interesse em fazer sua lição de casa e cuide de nossos recursos naturais. A população também precisa fazer sua parte. Como dizem por aí, ‘fazer por onde’. As pessoas precisam destruir menos a nossa moradia, o Planeta.

Saímos de duas festas clássicas, o Natal e Ano Novo, e deixamos para trás aquela pegada tradicional de destruição. Muito lixo nas praias e locais de eventos. Consumismo de uns, miséria para outros. Animais perdidos e pessoas aflitas por conta da poluição sonora, dos fogos com estampido. Isso que nem sempre nos lembramos dos animais silvestres que sofrem com essa covardia humana. A lista é longa.

Se a cada quatro anos há eleições, para pretensamente renovar os representantes do povo, precisamos de mecanismos para reciclar a conduta desses eleitores também, em seu cotidiano.

Leis existem, precisam ser exercidas e fiscalizadas, e se o cidadão não a cumprir, que seja punido. Mas antes do rigor da pena, precisamos educar a população. Educação Ambiental é a saída, sem ela, estamos lascados.  Porque a pessoa que tem encutida os princípios da Educação Ambiental, ela irá usar seu cérebro e não o instinto de manada.

Se de manhã o seu vizinho limpar o quintal e colocar a grama na calçada, de tarde provavelmente o monte terá aumentado. Se uma pessoa da sua rua tem compaixão por animais, naturalmente a casa dela é ponto de desova. Ser humano, deseducado ambientalmente, age assim: faz cara de paisagem quando interfere diretamente em seu meio.

Há uma expectativa de que o ser humano tome consciência do impacto que suas atitudes têm em relação ao meio ambiente, assim como ele toma uma lata de cerveja gelada em um dia ensolarado. E não é bem assim.

Há algumas décadas, andar sem capacete e cinto de segurança, não era apenas coisa de vida louca como hoje, era senso comum. E essa mudança de comportamento, não foi apenas em virtude de campanhas educativas. Mas sim, elas tiveram muito impacto. Mas sim, mais impacto ainda foram as multas!

Com o meio ambiente, é a mesma coisa. E é por isso que as instituições da área também precisam ser  oxigenadas, com gestores que assumam suas obrigações. Que chamem para si a responsabilidade em resolver os problemas e não apenas empurrá-los com a barriga e bolsos cheios.  Com gestores que percebam os problemas e queiram resolvê-los e não jogar na conta do Papai Noel.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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