Gatos: superpopulação só reduz com castração

Somente políticas públicas que envolvam a castração, chipagem, Educação Ambiental e aplicação de multas, podem coibir o abandono e maus tratos a animais, em especial gatos e cães

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Aida Franco de Lima – ARTIGO

Eles estão por todos os lados. Há até um ditado popular que diz, que de noite todos os gatos são pardos. São nas noites que eles mais aparecem, e dão as caras. Mas em virtude da superpopulação de gatos pelas cidades brasileiras, podemos notar que são pardos, amarelos, brancos, pretos, cinzas, tricolores. Os gatos estão dominando as cidades, e isso incomoda muita gente. E não há outra solução, além de castrar!

Não adianta jogar a vasilha de água que o vizinho coloca, nem o potinho de comida. Soltar bombas só denuncia o tamanho da intolerância e envenenar é indício de psicopatia. O gato macho vai lutar com os demais para continuar sendo o dono do telhado. A fêmea vai procurar o abrigo mais seguro, que para ela pode ser até um guarda-roupas ou normalmente os forros das casas, para acomodar sua ninhada. O ciclo natural da vida vai continuar enquanto esses animais não forem castrados.

Goste ou não dos gatos, eles estão aí. E precisamos falar da necessidade de que as cidades implementem políticas públicas para garantir a castração em massa e de modo permanente. Programas estaduais, que levam o castramóvel às mais variadas cidades são importantes sim. Mas os municípios não podem se acomodar esperando que os governos estaduais resolvam problemas locais. Cada gato no seu galho!

Goste ou não de gatos, exija políticas públicas. Em vez de espantar ou maltratar os animais, use sua capacidade para requerer dos políticos, das secretarias municipais de meio ambiente, dos serviços de zoonoses ou vigilância sanitária, do Legislativo e Executivo, que se empenhem em assegurar verbas, projetos, emendas, o que for, para castrar a bicharada.

E tem que ser jogo rápido. Entra ano e sai ano, o cio continua. Mal piscou, os gatinhos nem desmamaram e lá está outra ninhada a caminho.

E como agir? Usando as ferramentas que estão mais tempo nas mãos que os livros: o celular! Use as redes sociais para falar do problema, pedir providências, propor ideias, mostrar bons exemplos, para auxiliar quem já faz esse trabalho voluntário de castrar as colônias. Tem muita gente atuando em silêncio, tirando dinheiro do bolso, fazendo o serviço que não anda por causa de um ofício, um edital, uma licitação ou falta de vontade mesmo!

Gato é igual coentro. Ou ama ou odeia. Mas gato, odiando ou gostando, tem uma função social que muita gente ignora: são sagazes predadores urbanos. Caçam beija-flores e sabiás? Infelizmente sim. Mas também se deliciam com baratas, ratos e outros bichinhos menos simpáticos ao olhar humano.

Do lado de minha casa tem um imóvel abandonado. E uma colônia de gatos habita o local. Volte e meia o proprietário manda alguém lá, que joga as vasilhas de água e comida e destrói algum abrigo que fica na calçada. Se não fossem os gatos, aquele local seria um criadouro de tudo quanto é bichinho indesejado. Infelizmente os felinos ainda não têm paladar para comerem os cupins subterrâneos que, habitam boa parte desses imóveis e são o terror da vizinhança. Mas isso é papo para outro texto. Vamos nos ater aos gatos.

Vamos nos ater à importância de usarmos nossas vozes, nossos teclados, dados móveis, wi-fi, redes sociais, inteligência, compaixão ou mesmo desprezo, para exigir leis que sejam praticadas, tendo em vista o bem-estar desses felinos, que no Egito antigo eram tidos como criaturas mágicas!

Castrar, chipar, educar, multar. Esse é o pulo do gato. Se fizermos o trabalho completo nossos gatos não precisarão usar suas sete vidas para sobreviverem diante de seu maior predador, eu que escrevo e você que lê.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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