Combustível dos aviões acumula alta de 38% nos primeiros meses do ano; setor é fundamental para retomada do turismo, que sofreu com a pandemia.
O custo do querosene de aviação (QAV) no país está impulsionado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) fez as contas, a partir de dados da Petrobras, para afirmar que, de janeiro a maro deste ano, o valor do combustível dos aviões acumula alta de 38%.
O querosene, um derivado de petróleo, é um dos principais itens da composição do preço do serviço aéreo. A aviação é uma forte aliada do desenvolvimento do turismo doméstico e internacional, setor que opera para reverter as perdas sofridas pelos efeitos da covid-19, que refreou drasticamente a atividade.
As contas do ramo aéreo ficaram ainda mais complexas com o recente aumento de 18% no preço do combustível da aviação, autorizado pela Petrobras para vigorar a partir da última sexta-feira, 1º. Lembra a Abear que o produto sofreu elevação de 91,9% em 2021, na comparação com o ano anterior.
“Esses dados mostram como o preço do QAV é um desafio permanente para as empresas aéreas e comprovam que esse combustível deveria ter tratamento de política pública”, afirma o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Antes da pandemia, resgata, eram transportados cem milhões de passageiros por ano.
“Agora, a guerra na Ucrânia acelerou a pressão sobre o valor do combustível, o que pode frear a retomada da operação aérea que estávamos observando a cada mês”, avalia Eduardo. De acordo com a associação, o combustível responde por mais de um terço dos custos do setor.
Dólar e ICMS
O QAV é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas brasileiras, sustenta a Abear. Trata-se de insumo que tem uma parcela de mais de 50% indexada ao dólar – a moeda usada como padrão internacional fechou no valor de R$ 2,35 em 2014, ante R$ 5,58 no fim do ano passado.
“O Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o QAV, o ICMS”, expõe a associação que reúne empresas aéreas. Sem esse imposto em outros países, “é por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares”, aponta a Abear.
Detalhe do Aeroporto de Foz do Iguaçu – Geraldo Bubniak/Agência Estadual de Notícias
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