A pedra fundamental do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, o maior da América Latina, foi lançada na manhã desta segunda-feira, 4, na região de Três Lagoas, às margens da BR-277, marcando o início das obras.
Com previsão de entrar em operação em dezembro de 2026, o Porto Seco terá capacidade para receber dois mil caminhões por dia, aumentando em 30% a movimentação do atual terminal, também situado às margens da BR-277, na área urbana da cidade, próximo à fronteira com o Paraguai.
O investimento na estrutura, feito pela empresa Multilog, uma das maiores operadoras de logística integrada do Brasil, é de R$ 500 milhões. A previsão é de que o Porto Seco gere cerca de 250 empregos diretos.

“Esse empreendimento é um marco para a logística paranaense e brasileira, que vai trazer muito mais tranquilidade e eficiência no escoamento e na entrada de cargas no Paraná, facilitando o comércio exterior e a fiscalização na Tríplice Fronteira”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
O Porto Seco vai impulsionar as operações logísticas e o comércio exterior na região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Hub logístico do Mercosul
O presidente do grupo Multilog, Djalma Vilela, disse que a empresa aposta na transformação de Foz do Iguaçu em um grande hub logístico do Mercosul. “Pensamos nessa área como uma nova fronteira para Foz, desafogando o trânsito na atual estrutura.”
A previsão é de que o novo terminal duplique a capacidade da atual estrutura, que movimentou, em 2024, um total de 8,6 milhões de toneladas de cargas, chegando a uma receita de US$ 8,6 bilhões (R$ 47,4 bilhões).
O projeto tem apoio do Governo do Estado e da Receita Federal e integra uma série de obras para melhorar a logística na região, como a duplicação da Rodovia das Cataratas e a construção da Perimetral Leste e da Ponte da lntegração Brasil–Paraguai.
A Multilog tem um prazo de concessão de 35 anos. A nova unidade está localizada em um terreno de 550 mil metros quadrados de área.
Fases da obra
A licença de operação para o início da obra foi emitida em julho pelo Instituto Água e Terra (IAT).
Prevista para iniciar no ano passado e ser entregue no mesmo período de conclusão da Perimetral Leste, o início da construção do terminal acabou atrasando sob alegação de demora das licenças ambientais.
A obra será feita em duas fases. Na primeira etapa, serão aplicados R$ 240 milhões na implantação do pátio de caminhões.
A edificação terá 197 mil metros quadrados de pátios, 7,2 mil metros quadrados de área coberta para armazenagem e vistoria e 600 metros quadrados de câmaras frias, com três docas exclusivas.

O complexo contará ainda com equipamentos de última geração, como balanças rodoviárias, escâneres para inspeção não invasiva e modernos sistemas de vigilância por câmeras, atendendo aos requisitos de segurança alfandegária.
Os acessos serão automatizados, com sistemas de pesagem e identificação de veículos, incluindo estrutura específica para cargas com dimensões excedentes.
O projeto também contempla áreas de apoio aos motoristas, com espaços internos e externos equipados com sanitários, áreas de descanso e estrutura para permanência segura e confortável.
A Multilog planeja ainda construir no local um terminal de contêineres para absorver parte da carga paraguaia, que hoje é escoada pelo Porto de Montevidéu, no Uruguai, passando então a ser movimentada pelo Porto de Paranaguá.
(Com informações da Agência Estadual de Notícias)