Segundo maior comprador da carne paraguaia, Rússia não teria como pagar.
O Paraguai já é um dos países diretamente prejudicados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Com a exclusão dos primeiros bancos russos do sistema de pagamento Swift, as transações bancárias internacionais da Rússia ficam prejudicadas. E quem exporta para lá fica com um pé atrás.
No caso dos paraguaios, a indústria de carne decidiu suspender os envios até que haja maior transparência para o comércio, como noticia o jornal Última Hora.
Inicialmente, os Estados Unidos suspenderam os bancos estatais russos dos sitema Swift, mas agora isso se expande a entiddes privadas que formam parte da rede internacional de comunicações financeiras, que facilitam as transações entre importadores e exportadores, explica o jornal paraguaio.
As cargas que já estão a caminho não vão retornar ao Paraguai, mas os clientes russos optaram por suspender os embarques de carne que já haviam negociado com os frigoríficos.
A Rússia representa o segundo maior importador de carne paraguaia, representando 20% das vendas, que no ano passado chegaram a US$ 300 milhões. Os russos são ainda o principal mercado dos cortes industriais, que servem para equilibrar o comércio entre os cortes prémium e os de menor qualidade.
Agora, o Paraguai terá que analisar alternativas para escoar a carne produzida especialmente para a fabricação de comidas rápidas.
A carne paraguaia é vendida principalmente para o Chile (44%). Mas o país depende 90% das vendas para Chile, Rússia, Taiwan, Israel e Brasil, e agora precisa diversificar este mercado.
Os 10% restantes, fora do “top 5” de importadores, é comercializado em 47 destinos, segundo o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal.
“É o momento de ganhar o mercado dos Estados Unidos para a carne paraguaia”, destacou o analista econômico Amílcar Ferreira, depois da decisão dos Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Reino Unido de bloquear o sistema bancário Swift e impor medidas restritivas ao Banco Central da Rússia para o pagamento de exportações.
Segundo o jornal Última Hora, Ferreira disse que há dois anos o Paraguai vem gestionando para exportar carne ao mercado americano, e as gestões estão totalmente concluídas, depois da visita de inspetores dos Estados Unidos aos frigoríficos locais. Falta apenas a autorização final.
Para o especialista, a diplomacia paraguaia precisa colocar mãos à obra e negociar com os Estados Unidos como uma forma de ajudar o Paraguai por sua posição ante a guerra (e contra Putin).
Dijo que la diplomacia paraguaya debería poner manos a la obra y encarar gestiones con su par estadounidense, como una forma de ayudar a Paraguay por su posición ante la guerra.
No ano passado, o Paraguai exportou US$ 2 milhões em carne bovina, um recorde, superior em US$ 600 milhões ao resultado de 2020.
A expectativa para este ano era positiva, antes da situação na Ucrânia.
Comentários estão fechados.