Iguaçuenses “descobrem” gasolina barata em Puerto Iguazú

Tem gente que já está na Aduana da Argentina às 6h, para entrar na fila dos postos de combustível cedinho.

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Tem gente que já está na Aduana da Argentina às 6h, para entrar na fila dos postos de combustível cedinho.

A disparidade de preços dos combustíveis, entre os praticados na Argentina e no Brasil (que estão semelhantes aos do Paraguai), já provoca filas em postos de Puerto Iguazú. E deverá voltar o sistema de filas para argentinos e estrangeiros.

A Câmara de Postos de Serviço do Nordeste Argentino está preocupada com o que pode acontecer a partir de segunda-feira da semana que vem, dia 1º de novembro, quando serão flexibilizados os protocolos para entrada de estrangeiros na Argentina, tanto por via terrestre como aérea.

A maior facilidade deverá fazer com que muitos brasileiros e paraguaios atravessem a fronteira para fazer compras nas cidades argentinas. Hoje, mesmo que quisessem, além dos empecilhos, há uma quota de ingresso de no máximo 1.600 pessoas por dia.

“Prevemos uma demanda muito elevada, porque há 100% de diferença nos preços do Brasil e Paraguai com os da Argentina”, afirmou ao portal El Territorio o presidente da Câmara, Faruk Jalaf.

O El Independiente Iguazú diz que a situação pegou de surpresa os moradores de Puerto Iguazú, que agora reclamam das filas e até da falta de algum tipo de combustível.

Nesta sexta-feira, antes das 6h, já havia muitos carros com placas brasileiras e paraguaias aguardando na fila para encher o tanque, nos postos do centro da cidade. No da Shell, um frentista disse que na quarta-feira, chegou a faltar combustível.

BEM CEDINHO

El Independiente ouviu o iguaçuense Adrianson, que estava esperando na fila. Ele disse que saiu bem cedo de casa, para cruzar a fronteira antes de começar o maior movimento. Contou que esperou pouco tempo para fazer os trâmites de migração e o teste de antígeno.

“Agora que abriu Puerto Iguazú, eu particularmente prefiro vir aqui, porque não é só o combustível, é a comida, os bares, o azeite, enfim”, disse o brasileiro.

De outro lado, queixa de consumidor de Puerto Iguazú. El Territorio ouviu a moradora Julia Davia, que reclamou de ter que esperar, quarta à noite, mais de 40 minutos para abastecer. E, quando chegou às bombas, foi informada de que só havia gasolina premium, a mais cara.

Na noite de quarta-feira, informou El Territorio, dos quatro postos de Puerto Iguazú, só um contava com estoque de combustível. Por isso mesmo, formaram-se filas de mais de 200 metros nesse posto, e mais da metade dos veículos tinham placas do Brasil ou Paraguai.

QUOTAS AOS POSTOS

Faruk Jalaf disse que, embora o consumo tenha aumentado, com a vinda de brasileiros e paraguaios e mesmo com mais turistas da própria Argentina, os postos de fronteira não estão recebendo mais combustível.

As distribuidoras, atendendo determinação do governo, fixam quotas para cada posto e “não mandam mais nada, por mais que se peça”.

Ao contrário: um dos postos recebia por mês 250 mil litros, enquanto atualmente chegam 140 mil litros.

“Esta é uma situação que depende do governo nacional, de ampliar as quotas. E é uma situação preocupante”, disse ainda o representante dos postos de combustíveis.

A situação de Puerto Iguazú deve se repetir em outras cidades argentinas de fronteira, como Posadas (fronteira com Encarnación, no Paraguai) e Irigoyen (com Barracão e Dionísio Cerqueira).

“Até agora as restrições para a passagem da fronteira não geram um maior movimento, mas se for liberado, a partir de segunda-feira, o movimento será maior e, por consequência, a demanda vai superar a oferta”, alertou o presidente da Câmara de Postos de Serviços.

Os vereadores de Puerto Iguazú já enviaram um ofício para que seja aplicada a portaria que prevê o atendimento em filas diferentes, para argentinos e para estrangeiros, informou o presidente do Conselho Deliberante de Puerto Iguazú, Juan José Raynoldi.

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