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Economia

PIB de Foz do Iguaçu: prefeito ‘confronta a realidade’, critica Kossar

Matemático declara que a cidade foi da “explosão” à “estagnação”, o momento atual, e compara economia e queda em matrículas com outras cidades.

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PIB de Foz do Iguaçu: prefeito ‘confronta a realidade’, critica Kossar
Situação emergencial foi instituída pela administração municipal – foto: Marcos Labanca/H2FOZ
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Autor do estudo “Desmistificando o PIB de Foz do Iguaçu”, que sustenta não ser real o Produto Interno Bruto da cidade se mantido o valor adicionado por Itaipu Binacional, o matemático Luiz Carlos Kossar lançou um contraponto ao prefeito Chico Brasileiro (PSD). Para o estatístico e sociólogo, o gestor municipal “confronta a realidade”.

Sobre o debate, leia também: PIB de Foz do Iguaçu que inclui Itaipu é irreal e não reflete economia, aponta estudo

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O motivo são as declarações do prefeito sobre o PIB, via imprensa oficial e veículos, tomado o montante em sua integralidade. Na visão de Kossar, isso infla a economia da cidade e oculta o que ele chama de estagnação. Em seu levantamento, mostra que esse indicador cai à metade quando retirado o valor de Itaipu, enquanto cidades vizinhas não sentem esse efeito ao excluir da soma as estatais.

Em dezembro do ano passado, Chico Brasileiro comemorou o PIB de R$ 19 bilhões divulgado pelo IBGE, que segundo ele coloca Foz do Iguaçu como a maior economia da Região Oeste, entre as 70 maiores do país. “O Brasil tem 5.568 municípios e ficar entre os 70 maiores do país é resultado do trabalho de todos os setores da economia”, disse, à época.

O prefeito voltou ao tema, depois que Kossar divulgou o seu levantamento, para declarar que a economia da cidade não está estagnada. Chico Brasileiro afirma que Foz do Iguaçu é a nona maior economia da Região Sul e a quinta do Paraná, considerando o PIB, estando à frente de algumas capitais brasileiras.

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Mas, para Kossar, Foz do Iguaçu até aqui não desenvolveu uma base econômica suficiente para gerar empregos de qualidade, com salários adequados, diferentemente de cidades vizinhas, como Cascavel, Medianeira e Toledo. O município iguaçuense viveu o que o matemático chama de “explosão”, entre 1975 e 2000, caindo na estagnação de 2000 a 2024.

“Nestes 24 anos, perdemos mais de 50 mil habitantes em idade ativa, a economia ficou refém da baixa empregabilidade no turismo e da informalidade de baixa qualificação profissional”, interpretou Luiz Carlos Kossar. E adicionou um dado novo para subsistir a sua reflexão, diametralmente oposta à visão ufanista de Chico Brasileiro.

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“A comparação do crescimento das matrículas no ensino básico, público e particular, referente ao período de 2010 a 2022 – treze anos –, consolida que o PIB de Foz do Iguaçu é falso”, argumentou. “E que a produção de Itaipu pouco agrega à economia da cidade”, complementou.

Fonte: Luis Carlos Kossar/Reprodução

Conforme Kossar, esse indicador reflete cidades que crescem de forma sustentada, o que não é o caso de Foz do Iguaçu neste momento. Para comparar, mostra ele que a cidade praticamente não teve crescimento de novas matrículas em 13 anos – 0,83% na rede pública –, enquanto municípios vizinhos elevaram o número de alunos: Cascavel (25%), Medianeira (48%) e Toledo (25%).

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Paulo Bogler

Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.