Foz diante de novo projeto para manter poder político em família

A conta é simples: elege-se agora para manter o domínio da prefeitura em 2024.

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A conta é simples: elege-se agora para manter o domínio da prefeitura em 2024.

O desafio das urnas é aberto a todos, sendo um elemento da democracia formal permitido a homens e mulheres que se sujeitam ao julgamento do voto. Essa afirmação não sinaliza, de forma alguma, que a corrida eleitoral seja equânime e que haja igualdade de condições a todos os competidores.

Mas o que se quer pautar aqui é o momento político de Foz do Iguaçu, em que os atuais ocupantes do paço municipal se lançam a um projeto de manutenção ou, sem risco de exagero, de perpetuação do poder político na cidade.

Essa reflexão é necessária por dois fatores preponderantes. Primeiro porque soluções para problemas históricos enfrentados diariamente pela população e reiteradamente prometidas carecem de respostas. Entre eles, emprego, transporte coletivo, saúde, moradia e alagamentos, para manter os exemplos em cinco dedos de uma única mão.

O outro ponto é que a escolha do prefeito Chico Brasileiro (PSD) por eventual candidatura da ex-secretária de Saúde, Rosa Maria Jeronymo Lima (MDB), sua esposa, visa à concentração do poder na família. A conta é simples: elege-se agora para manter o domínio da prefeitura em 2024.

A busca pelo mando familiar na política de Foz do Iguaçu não é novidade e seus efeitos são profundos. A experiência mais pujante é a da família Silva, que deu em anos de mesmas práticas de gestão e reprodução de problemas, até a rejeição de seus representantes eleitorais.

Convém rememorar que, em outros tempos, Chico Brasileiro fez coro à maioria política iguaçuense contra o que era chamado de “coronelismo” dos caciques do então PMDB – hoje, MDB, com outra configuração na direção. Buscavam-se projetos, outros jeitos de governar e novas lideranças sem parentesco, livres do passado e do compadrio.

A família Pereira, com Reni e Cláudia, pretendeu seguir o itinerário ora norteado por Chico Brasileiro e Rosa Jeronymo. O episódio é recente e o desfecho foi caótico, ainda presente na lembrança do eleitor e cidadão iguaçuense.

Se a história se repete como farsa, convém revisitá-la para tirar ensinamentos e prevenir erros. Porque o morador de Foz do Iguaçu está surrado da promessa de que tudo será diferente e o futuro melhor do que os dias de hoje.

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