O recado das urnas em Foz do Iguaçu

Leia a opinião do portal sobre o resultado das eleições. Mudança é a palavra, é o recado que ecoa diretamente da cabeça do eleitor iguaçuense.

Vc lê o H2 diariamente? Assine o portal e ajude a fortalecer o jornalismo!

Toda eleição é ancorada em cartas de intenções dos candidatos, anteriores à investidura no cargo. O eleitor as examina pelo plano de governo, que é o pacto assinado e registrado, pelas propostas detalhadas durante a campanha e ao recorrer à trajetória dos que se lançam ao teste das urnas para gerir a coisa pública ou representar o povo no parlamento.

O alcance e a assertividade da abordagem, não se discute, sofrem o efeito da estrutura de cada qual. O vetor material é capaz de alavancar a comunicação e o marketing político, bem como dimensiona a relevância de alianças e apadrinhamentos, espécie de aval ao postulante que ainda vigora. Isso é muito, mas não tudo.

Em Foz do Iguaçu, o prefeito eleito definiu o resultado em primeiro turno, conquistando 73.522 votos, ante 73.098 dos seis opositores somados. Uma leitura possível do escrutínio leva a pontuar que quem melhor vestiu o figurino da novidade obteve vantagem, concentrando a atenção no prometido vir a ser, não naquilo que já foi.

Mudança é a palavra, é o recado que ecoa diretamente da cabeça do eleitor iguaçuense. Basta dizer que o atual prefeito Chico Brasileiro (PSD) foi o sumido da eleição, não sendo convidado para participar de nenhum palanque, ainda que seja um dos principais atores políticos no município pelo cargo que ocupa.

Tende a ser ainda mais cristalina a mensagem do morador aos vereadores. Dos quinze que buscaram a reeleição, somente quatro foram reconduzidos. A solidez de uma bancada acostumada a dizer sim ao chefe do Poder Executivo esfarelou-se no ar, demonstrando a rigidez da dialética da vida: voto, no município, muda de agente a cada quatro anos.

Passada a eleição, é lugar comum, entre as forças políticas, afirmar ser necessário ouvir a voz das urnas. Para quem tem ouvidos, vale reparar que a cidade teve a maior abstenção em um quarto de século. Um a cada quatro eleitores decidiu não sair de casa para votar, totalizando 50 mil ausências, além de 7.678 pessoas que invalidaram o voto, uma Medianeira inteira.

Mudança é a expectativa projetada pelas urnas nos vencedores, mas bem pode ser uma dimensão para os vencidos. Afinal, se democracia, como alguém já verbalizou, é a pior forma de governo, à exceção de todas as outras, dentro dela é possível conjurar contra velhos modos e suplantar práticas que têm cada vez menos retumbância entre a população.

Vc lê o H2 diariamente? Assine o portal e ajude a fortalecer o jornalismo!
LEIA TAMBÉM
2 Comentários
  1. Ale Diz

    Prefeito atual não subiu no palanque de ninguém, mas deixou um monte de laranjas infiltrados nas candidaturas, inclusive na vencedora. Vamos ver no que dá todo esse “investimento” do Sr. Chico.

  2. Oswaldo Diz

    Quem é o prefeito atual? Pouco ou nada se viu ele na segunda gestão! Ahhh sim, viu-se muita dívida e descaso com a infraestrutura da cidade! Enfim, esperemos não ver mais o sujeito por aqui, talvez depois de tanto estrago decida voltar de onde veio, porque iguaçuense é que não é!

Comentários estão fechados.