Gerar emprego continua sendo o desafio em Foz do Iguaçu

Por todo o potencial da cidade, não é admissível que a faixa de pedestres em semáforos seja o metro quadrado mais disputado por aqueles que não encontram alternativa para assegurar o sustento familiar.

Apoie! Siga-nos no Google News

Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Novo Caged, que acabam de ser divulgados, mostram que gerar trabalho com carteira assinada permanece sendo uma demanda prioritária em Foz do Iguaçu. Em agosto, o saldo foi de 342 vagas, resultado de 2.589 admissões e 2.247 demissões.

Em oito meses, de janeiro a agosto, o saldo na cidade é de 1.664 postos formais de trabalho. Com isso, foi recuperado apenas um a cada três empregos perdidos ao longo do ano passado, quando os efeitos da pandemia de covid-19 corroeram 4,7 mil vagas de trabalhadores que estavam “fichados”.

Considerando o saldo de emprego deste ano, com base no Caged, Foz do Iguaçu ocupa a 17ª colocação entre as cidades paranaenses. Ela fica atrás de localidades vizinhas como Cascavel – que criou mais de sete mil ofertas de trabalho –, Toledo e Medianeira.

É certo que a economia iguaçuense tem particularidades, uma delas é ter o turismo como uma das alavancas propulsoras, atividade que está entre as mais prejudicadas devido ao contexto sanitário. Passados mais de 18 meses do início da pandemia, contudo, é válido olhar pelo retrovisor para enxergar e analisar as ações de âmbito local de mitigação da crise que afetou o trabalho.

Quais foram as medidas e os resultados efetivos adotados pelo poder público municipal para preservar postos de trabalho? A capacitação de trabalhadores desempregados atingiu o objetivo da recolocação? A municipalidade está conectada com a atual configuração econômica decorrente da pandemia para definir e executar ações governamentais?

Por todo o potencial da cidade, não é admissível que a faixa de pedestres em semáforos seja o metro quadrado mais disputado por aqueles que não encontram alternativa para assegurar o sustento familiar. Sem contar as inúmeras iniciativas individuais buscadas pelas pessoas para escapar da crise, que vão da produção de pão à confecção de produtos manuais, comercializados entre os contatos próximos e via redes sociais.

A informalidade, vale registrar, não surgiu com o momento pandêmico. A taxa de ocupação da população economicamente ativa de Foz do Iguaçu, que totaliza 178 mil pessoas, é de somente 35,6%. Esse dado consta no Perfil Socioeconômico dos Municípios de Fronteira, do IDESF, aferido antes da incidência do novo coronavírus.  

Por fim, não é coerente com a grandeza da Foz do Iguaçu a postura adotada pela prefeitura de ser uma espécie de emissora de trabalhadores desempregados iguaçuenses para vagas em outros municípios próximos, os quais demandam mão de obra no agro.

Turismo, logística, comércio e educação superior são exemplos do vasto potencial da cidade. A iniciativa e a condução cabem ao poder público para transformar essas fortalezas em oportunidade de trabalho decente ao morador de Foz do Iguaçu.

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.