Racha na base aliada, oposição, independência e nova mesa diretora da Câmara de Vereadores

O vereador João Morales foi eleito presidente da Câmara de Foz do Iguaçu. O parlamentar derrotou Ney Patrício, aliado do prefeito Chico Brasileiro.

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Uma soma de movimentos impediu a reeleição de Ney Patrício (PSD) na presidência da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu e deu a vitória à chapa encabeçada por João Morales (União Brasil). O mais significativo deles foi a divisão na base de apoio do Palácio das Cataratas.

Tratoraços recentes no expediente legislativo, rescaldos da peleja por conta de alinhamentos na eleição de 2022 que não convergiram para a “candidatura oficial” da cidade, ajudaram a definir o placar. E o imponderável também reside na política.

Adnan El Sayed (PSD), aliado do deputado eleito Hussein Bakri (PSD), que é desafeto do gestor de turno, votou contra o candidato do partido. Poucos dias depois de assumir assento, após recorrer à Justiça para ocupar a vaga de Valdir de Souza Maninho, Marcio Rosa (PSD) se juntou à chapa contra a continuidade.

Rogério Quadros (PTB), na mesa diretora eleita, dá sinais de ter cansado da palidez política dentro da base de sustentação. E, para chegar ao resultado, os dois vereadores de oposição, Admilson Galhardo (Republicanos) e Cabo Cassol (Podemos), prescindiram de integrar a chapa, o que ampliou a contagem.

Em seu deflagrado projeto para a prefeitura, Ney Patrício sofre um revés tanto em visibilidade quanto na musculatura política. O parlamentar, porém, foi eleito para comissões importantes, estratégicas no fluxo das matérias.

Para Chico Brasileiro (PSD), o continuísmo seria o melhor dos mundos para passar pelo seu último biênio à frente da administração do município. Trata-se de um período revolto, em que o percurso da sucessão e o desgaste da gestão formam uma mistura explosiva. Não deu.

Mas e o povo? Para uma legislatura que, no geral, não modificou a viciada e repetida relação umbilical com o Poder Executivo, parte dela taxada de “bancada do amém” por votar em conveniência com o prefeito, a nova mesa diretora tem a oportunidade de reprogramar o curso.

Não se pede mais do que o pactuado com o eleitor na campanha eleitoral, que é a defesa da população e do interesse público. E a aplicação de relações republicanas consignadas em qualquer manual sobre o que é ser um vereador: independência, transparência e sintonia com a vontade popular.

O milionário orçamento da Câmara de Vereadores é um tema que requer profunda discussão. Aqui, incluem-se critérios para salário, indicação e atuação dos assessores, a fim de prevenir desvios como as “rachadinhas”. A nova mesa diretora terá interesse em abrir esse debate?

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